XXI ALAM
Resumo:1060-1


Poster (Painel)
1060-1INFECÇÕES OCUPACIONAIS POR Vaccinia virus: PERFIL IMUNOLÓGICO E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS
Autores:Galileu Barbosa Costa (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Kennedy Crepalde Ribeiro (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Poliana de Oliveira Figueiredo (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Lara Ambrosio Dutra Leal (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Pedro Augusto Alves (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Jônatas Santos Abrahão (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Paulo César Peregrino Ferreira (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Erna Gessien Kroon (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Giliane de Souza Trindade (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo

Após a erradicação da varíola, uma atenção vem sendo dada a outros vírus do gênero Orthopoxvirus (OPV), que são capazes de infectar o homem e muitas espécies de animais, a exemplo do Vaccinia virus (VACV), causador de uma doença exantemática conhecida por vaccínia bovina. No homem, após o contato direto com animais infectados, lesões ulcerativas e pustulares são observadas nas mãos, antebraços e face, além de febre, dor e mal estar. O VACV é amplamente utilizado na rotina científica para estudos de estrutura da partícula, interação com o hospedeiro e produção de vacinas. Geralmente, a vacinação é recomendada àqueles que manipulam o vírus e infecções podem ocorrer após o contato direto com um indivíduo recentemente vacinado ou através de exposição ao vírus em laboratório, com casos bem documentados no Brasil e Estados Unidos. O objetivo desse estudo foi investigar o status imunológico de trabalhadores de um laboratório de pesquisa, avaliando o perfil da imunidade humoral e os fatores de risco envolvidos em possíveis infecções acidentais pelo VACV. Foi realizado um inquérito epidemiológico e coletadas 50 amostras de soros humanos. Um total de 18 homens e 32 mulheres compõem a população estudada, sendo a maioria estudantes, além de professores e auxiliares técnicos, com idade variando entre 19 a 70 anos. Das características de risco avaliadas, constatou-se que 34 (68%) indivíduos têm contato direto com material contaminado por OPV como amostras clínicas, objetos pérfuro-cortantes, células e cobaias, e 29 (58%) esqueceram, em algum momento de experimentação, de usar equipamentos de proteção necessários. Vale ressaltar que 18% sofreram acidente com algum dos materiais previamente relatados, sendo que 8% apresentaram sinais e sintomas, e 16% possuem histórico de vacinação. Após o diagnóstico, foi constatado que 9 indivíduos possuem anticorpos neutralizantes anti-OPV. No Brasil, após a erradicação da varíola, a vacinação que confere imunidade anti-OPV foi interrompida e até mesmo os pesquisadores da área e profissionais de saúde não são vacinados. Sendo assim, é importante a condução de estudos dessa natureza pelo amplo risco que os poxvírus oferecem à saúde humana, bem como pela sua possibilidade de dispersão em ambientes laboratoriais e hospitalares.


Palavras-chave:  Vaccinia virus, infecções acidentais, diagnóstico sorológico, epidemiologia