Resumo

Introdução: Cateteres intravasculares são indispensáveis em unidades de terapia intensiva (UTI). A infecção da corrente sanguínea relacionada a cateter (ICSRC) tem sido diagnosticada quando microrganismos idênticos são isolados da cultura da ponta de cateter e das hemoculturas do mesmo paciente. Os Estafilococos coagulase-negativa, são frequentemente recuperados de cateteres. A detecção de resistência à oxacilina em Staphylococcus é importante para guiar a terapia do paciente. A tipagem genética do SCCmec apresenta forte evidência para as origens independentes dos MRSA adquiridos em hospitais e MRSA adquiridos na comunidade. Materiais e Métodos: As pontas de cateter foram cultivadas pela técnica semiquantitativa proposto por Maki et al.(1977) e pela técnica quantitativa segundo Brun-Bruisson et al.(1987). A detecção do gene mecA foi feita segundo Murakami et al.(1991). Nas amostras positivas para o gene mecA, foi feita a tipagem do SCCmec segundo protocolo de Milheiriço et al. Resultados e Discussão: Foram coletadas e analisadas 641 pontas de cateter de 418 pacientes no período de Novembro de 2005 a Junho de 2012 na Unidade Neonatal do HC da FMB. Os resultados revelaram 22 (5,2%) casos confirmados de ICSRC, estando de acordo com dados do National Healthcare Safety Network que mostraram estudos com taxas de 3,1 a 6,4%. Desses, em 22 de 28 microrganismos isolados de cateteres, foi detectada a presença do gene mecA. Dos casos de ICSRC, 5 das amostras foram SCCmec do tipo I, geralmente encontrado em ambiente hospitalar; 2 do tipo II; 1 do tipo IV; 1 do tipo V e 8 não foram tipáveis. Conclusão: Os resultados obtidos até o momento mostram uma maior detecção pelo método semiquantitativo no diagnóstico de ICSRC em recém-nascidos internados na UTI neonatal. Os S. epidermidis foram os microrganismos mais relacionados à ICSRC.