XXI ALAM
Resumo:987-1


Poster (Painel)
987-1Escherichia coli ENTEROTOXIGÊNICA COMO AGENTE DIARREIOGÊNICO NA POPULAÇÃO PEDIÁTRICA DE BELO HORIZONTE/MG
Autores:Caroline Silva de Paula (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Francisco José Penna (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Juliana Mori Azeredo (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Ana Carolina Fernandes de Assis (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Luciano Amedée Péret Filho (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Edilberto Nogueira Mendes (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Paula Prazeres Magalhães (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo

A enterite infecciosa aguda é um importante problema de saúde pública, especialmente nas regiões menos desenvolvidas. Está associada a uma ampla gama de agentes, entre eles Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC). O patotipo caracteriza-se pela expressão de enterotoxinas termolábeis (LT) e/ou termoestáveis (ST) e de fatores de colonização (CFs). Considerando-se a relevância da enterite aguda e de ETEC como agente da doença e a ausência de dados locais recentes relativos ao tema, desenvolvemos este estudo, cujos objetivos foram avaliar a participação de ETEC na etiologia da diarreia aguda e caracterizar as amostras em relação a marcadores que codificam a síntese de enterotoxinas e CFs e ao perfil de suscetibilidade a drogas antimicrobianas. Foram incluídas 785 crianças, 392 com e 393 sem diarreia aguda, atendidas no Hospital Infantil João Paulo II, BH/MG, de 2004 a 2007. ETEC foi identificada por método convencional e DNA foi extraído para pesquisa de eltB(LT), estA(STh), st1(STp) e 17 genes que codificam CFs por PCR. O método de disco-difusão foi empregado para avaliação da suscetibilidade a antimicrobianos e pesquisa de ESBLs. Infecção por ETEC foi detectada em 15,2% das crianças. Um total de 536 amostras de ETEC foi identificado entre as 10001 amostras de E. coli isoladas. Observou-se associação entre infecção por ETEC e diarreia. Mais de 75% das crianças ETEC+ albergavam amostras eltB+. A frequência de detecção de ETEC caiu ao longo do período de estudo e estava associada com a faixa etária do paciente. Marcadores associados a 12 CFs foram detectados em cerca de 25% das crianças ETEC+ e de aproximadamente 15% das amostras de ETEC, predominantemente CS8 e CS20. Mais de 75% das crianças ETEC+ albergavam amostras resistentes a drogas, especialmente ampicilina e cefazolina (>50%). Duas amostras eram resistentes a todas as 20 drogas incluídas nas oito classes testadas. Os resultados sugerem ausência de produção de ESBLs. Os dados demonstram a importância de ETEC como agente diarreiogênico e reforçam a necessidade de avaliação periódica do perfil de suscetibilidade a antimicrobianos das amostras, que exibiram taxas de resistência preocupantes, inclusive a drogas utilizadas empiricamente na clínica. A prevalência elevada de ETEC no grupo de crianças sem diarreia pode ser explicada pelo desenvolvimento de imunidade em decorrência de exposição repetida à bactéria. Instituições de fomento: CNPq, CAPES, FAPEMIG e PRPq/UFMG.


Palavras-chave:  diarreia aguda, Escherichia coli diarreiogenica, ETEC, resistência a antimicrobianos