XXI ALAM
Resumo:896-2


Prêmio
896-2Produção de enzimas por leveduras isoladas de bitus de Atta sexdens rubropilosa
Autores:Silvio Lovato Arcuri (UNESP-RC - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho") ; Weilan Gomes da Paixão de Melo (UNESP-RC - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho") ; Nilson Satoru Nagamoto (UNESP-BOTUCATU - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho") ; Fernando Carlos Pagnocca (UNESP-RC - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho") ; André Rodrigues (UNESP-RC - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho")

Resumo

Vários micro-organismos, além do fungo mutualista, são encontrados nos jardins de fungos das formigas cortadeiras. Estudos sugerem que as leveduras presentes nesse micro-habitat podem auxiliar na degradação do material vegetal que as formigas carregam para o interior dos ninhos. Considerando que os machos (bitus) estão em contato com a microbiota dos jardins de fungos desde as fases iniciais de seu ciclo vital, eles podem, mesmo involuntariamente, servir de veículo para a dispersão de micro-organismos, especialmente durante o acasalamento que ocorre durante o voo nupcial. O objetivo desse trabalho foi avaliar o potencial de degradação do material vegetal pelas leveduras isoladas dos indivíduos desta casta. Ensaios qualitativos em meios de cultura sólidos foram realizados para avaliar a produção das enzimas amilase, celulase (CMCase), ligninase, lipase, pectinase, poligalacturonase e xilanase. Para os ensaios, utilizamos 253 estirpes isoladas de bitus de Atta sexdens rubropilosa de três ninhos distintos existentes na região de Rio Claro e Botucatu, SP. Dentre os 253 isolados, 89,3% produziram pelo menos uma das enzimas avaliadas, enquanto que a produção de ligninase foi observada em apenas um isolado, confirmando que as leveduras pouco atuam na degradação dessa macromolécula complexa. A enzima predominante dentre os isolados foi a lipase, a qual ocorreu em aproximadamente 52% dos isolados, seguido por pectinase (45%) e CMCase (40%). A espécie Aureobasiodium leucospermi foi prevalente. Trinta e cinco dos 51 isolados desta espécie produziram CMCase, lipase, pectinase e xilanase; dentre eles, três isolados produziram amilase e um também foi capaz de produzir poligalacturonase. A abundância de A. leucospermi nos bitus e a versatilidade demonstrada na produção de enzimas hidrolíticas sugerem que esta espécie pode estar envolvida na degradação do material vegetal no interior dos ninhos. Como resultado, nutrientes de fácil assimilação para as formigas e para outros micro-organismos presentes são produzidos, caracterizando o jardim de fungos como um consórcio microbiano.


Palavras-chave:  Atta, Attini, hidrolases, revoada, triagem enzimática