Resumo

Introdução A histoplasmose, infecção fúngica mundialmente distribuída, causada pelo fungo dimórfico Histoplasma capsulatum produz normalmente lesões graves disseminadas e fatais em imunocomprometidos principalmente em pacientes com a síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA). A micose acomete aproximadamente 5% dos indivíduos com SIDA que vivem ou viajaram para áreas endêmicas, sendo um importante marcador da doença. Neste trabalho foi realizado um estudo retrospectivo de pacientes com SIDA internados no Hospital de Doenças Tropicais Dr. AnuarAuad (HDT), no ano de 2011. Materiais e métodos. Foram encontrados 33 pacientes que se apresentavam com SIDA e histoplasmose durante o ano estabelecido. Os dados epidemiológicos foram analisados usando o programa Software Epi Info versão 3.5.3. Discussão dos Resultados O perfil dos pacientes analisados mostrou que histoplasmose estava presente em indivíduos com uma predominância de faixa etária de 30 a 40 anos e que 78,8% pertencia ao sexo masculino. Estes dados são similares aos encontrados por diferentes pesquisadores. Na análise de fatores de risco, foi verificado que 7 (23,3%) pacientes possuíam profissões consideradas de risco para contato com grandes inóculos de H.capsulatum: como fazendeiros, pedreiros e lavradores. Os pacientes apresentavam-se com achados clínicos característicos de histoplasmose como febre inapetência, perda de peso, astenia, hepatomegalia, esplenomegalia, cefaleia ou ainda lesões de pele. Alguns sintomas como tosse, dispnéia, dor torácica, diarréia e vômitos foram frequentemente observados. Em alguns casos foi verificado que candidíase de mucosa bucal era uma micose concomitante com a histoplasmose. Embora os pacientes tenham sido tratados com anfotericina B e como terapia de manutenção tenha sido usado itraconazol, verificou-se a morte em 15 pacientes. Conclusão Os resultados mostraram que a histoplasmose é uma doença fatal e o seu estudo aliado a diagnóstico e terapia precoce será de extremo valor para prevenir a morte dos pacientes.