XXI ALAM
Resumo:772-3


Prêmio
772-3Estratégias de biorremediação em um solo artificialmente contaminado com a mistura B10.
Autores:Letícia Tramontini (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Luisa Weber Mercado (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Robson Andreazza (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Fátima Menezes Bento (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo

A busca por combustíveis renováveis tem impulsionado países como o Brasil no desenvolvimento dos biocombustíveis. Desde 2008, o óleo diesel brasileiro tem recebido a adição de biodiesel. No entanto, pouco se sabe sobre a degradação da mistura no solo, especialmente ao considerarmos as inúmeras possibilidades de acidentes e vazamentos em tanques de combustíveis nos postos de abastecimento. Neste sentido, a biorremediação é uma técnica utilizada para acelerar a descontaminação da área atingida. O objetivo deste estudo foi comparar a degradação da mistura B10 (10% de biodiesel e 90% de diesel) em um solo contaminado por meio das estratégias de atenuação natural, onde a microbiota do solo age sobre o contaminante, e a bioaumentação com os fungos F, Pseudallescheria boydii e Paecilomyces variotii, previamente isolados de tanques de combustível. O ensaio foi realizado em frascos de vidro estéreis e hermeticamente fechados onde foram adicionados 0,2Kg de solo artificialmente contaminados com 20g HTP (hidrocarbonetos totais de petróleo).Kg-1 de solo. A capacidade de campo foi ajustada para 80% e, para o tratamento de bioaumentação, os fungos foram adicionados na concentração de 105 esporos.g-1 de solo. A degradação do combustível foi avaliada durante 30 dias através de respirometria e cromatografia gasosa. Para a captação do CO2 liberado pela atividade microbiana, cada frasco foi equipado com um aparato contendo NaOH 0,5 M e a produção do gás foi monitorada periodicamente a partir de titulação com HCl 1M. Foram utilizados como controle frascos sem solo, contendo apenas o aparato com NaOH e frascos contendo 0,2Kg de solo não contaminado. A partir da liberação do CO2 pode se obter uma estimativa da mineralização do contaminante. Após os 30 dias avaliados, a estratégia de atenuação natural e de bioaumentação apresentaram taxas semelhantes em relação à produção de CO2, 330,5 e 354,1 mg.kg-1solo, respectivamente, com diferença significativa quando comparadas à liberação do gás no solo sem contaminante – 83,01 mg CO2.kg-1solo (p<0,05). Através da cromatografia gasosa, verificou-se que o tratamento de bioaumentação com fungos filamentosos apresentou 47% de degradação de HTP, evidenciando que a introdução de microbiota exógena com potencial degradador pode ser uma estratégia eficiente na remoção de contaminantes.


Palavras-chave:  Biorremediação, Bioaumentação, Fungos, Biodiesel