XXI ALAM
Resumo:711-3


Poster (Painel)
711-3Padrões hemolíticos de linhagens de Staphylococcus aureus oxacilina-resistente sobre meios de cultura Agar Sangue Humano e Agar Sangue Animal designados ao diagnóstico clínico microbiológico
Autores:Marcelo Fabiano Gomes Boriollo (UNIFENAS - Universidade de Alfenas - UNIFENAS / FOP/UNICAMP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP) ; Manoel Francisco Rodrigues Netto (UNIFENAS - Universidade de Alfenas - UNIFENAS / FOP/UNICAMP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP) ; Jeferson Júnior da Silva (UNIFENAS - Universidade de Alfenas - UNIFENAS) ; José Francisco Höfling (FOP/UNICAMP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP)

Resumo

A caracterização fenotípica de certos fatores de virulência de S. aureus (e.g., determinação de exotocinas: α, β, δ e γ-hemolisinas), os quais têm grande relevância clínica no desenvolvimento de doenças humanas, pode ser determinada usando meios de cultura Agar Sangue (AS). O objetivo dessa pesquisa foi comparar as características hemolíticas in vitro de isolados clínicos odontológicos de S. aureus oxacilina-resistente (ORSA). Bactérias (n = 99) previamente identificadas (métodos microbiológicos) e caracterizadas geneticamente (genotipagem por MLEE) foram analisadas. Doze tipos de AS (AS Carneiro Citratado, AS Bovino Citratado, AS Cavalo Citrtado, AS Coelho Citratado, AS Humano Citratado O-, O+, A-, A+, B-, B+, AB- e AB+) foram usados. Alíquotas de 5 uL de inóculo (1-2 x 108 UFC/mL de salina) foram aplicadas sobre os meios AS e incubadas a 35°C/24h. Os resultados foram reportados em termos de produção de hemólise: Pz = dc/(dc + zp), onde dc e zp correspondem ao diâmetro da colônia e ao diâmetro externo da zona de precipitação (hemólise), respectivamente (Pz = 1, hemólise nula; 1 < Pz ≤ 0,64, hemólise +; e Pz < 0,64, hemólise +++). A linhagem padrão (ATCC 25.923), o meio de cultura comercialmente disponível AS de Carneiro Desfibrinado e o sistema triplicata de inóculo foram empregados. Os dados foram submetidos à análise da variância one-way (ANOVA). Os resultados mostraram que o meio AS Coelho Citratado favorece a expressão de hemolisinas por grande parte dos isolados (74% de ORSA), seguido do meio AS Humano, independentemente do sistema ABO Rh (53-63%), e demais meios AS. O meio AS comercial foi incapaz de induzir a expressão de hemolisinas pelos isolados. Quando correlacionada com Taxon (A, B e C) ou Cluster (de 1 até 15) de isolados ORSA, a expressão de hemólise evidenciou características intrínsecas em cada rank taxonômico e dependente do meio AS. Os dados sugerem que para certos meios AS existe um mecanismo favorável à expressão de hemolisinas, porém, em contrapartida, há um déficit no potencial de crescimento colonial e vice-versa. As evidências apontam para o uso de meio AS Coelho para a caracterização de S. aureus, independentemente do rank genético de ORSA. Sugere-se também a existência de dois ou mais isolados geneticamente idênticos ou altamente relacionados (ancestral comum), possivelmente sob uma abordagem epidemiológica, com potencial de virulência (expressão de hemolisinas) dependente do ambiente externo e dos mecanismos moleculares intrínsecos (tal influência ambiental pode ser baseada na variabilidade da expressão hemolítica sobre os meios AS por um mesmo isolado).


Palavras-chave:  Staphylococcus aureus, oxacilina-resistente, Hemólise, Agar Sangue Humano, Agar Sangue Animal