XXI ALAM
Resumo:642-1


Poster (Painel)
642-1Detecção do Mycobacterium leprae por qPCR em mucosa nasal de pacientes e contatos em Rondonópolis, MT, Brasil.
Autores:Beatriz Gomes Carreira Sartori (ILSL - Instituto Lauro de Souza Lima) ; Amanda Juliani Finardi (ILSL - Instituto Lauro de Souza Lima) ; Letícia Rossignoli de Lamano (ILSL - Instituto Lauro de Souza Lima) ; Andrea Faria Fernandes Belone (ILSL - Instituto Lauro de Souza Lima) ; Cassio César Ghidella (SES/ROO/MT - Secretaria de Saúde de Rondonópolis) ; Marcelo Távora Mira (PUCPR - Pontifícia Universidade Católica do Paraná) ; Milton Ozório Moraes (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz) ; Marcos da Cunha Lopes Virmond (ILSL - Instituto Lauro de Souza Lima) ; Ida Maria Foschiani Dias Baptista (ILSL - Instituto Lauro de Souza Lima)

Resumo

Estudos clínicos sugerem que as vias aéreas superiores, especialmente o nariz, são a principal rota de entrada e fonte de eliminação do Mycobacterium leprae (M. leprae). Estudos epidemiológicos têm sido conduzidos para detectar o bacilo causador da hanseníase através de técnicas moleculares tais como a PCR, entre pacientes e seus contatos na tentativa de estabelecer uma provável cadeia de infecção e transmissão bem como buscar o diagnóstico precoce da doença. Este estudo teve como objetivo investigar a presença do M. leprae na mucosa nasal de casos, contatos e controles saudáveis na cidade de Rondonópolis, MT, Brasil, na comparação de dois diferentes sistemas de PCR quantitativo (qPCR). Os níveis de RLEP (sequência repetitiva específica do M. leprae) e Ag85B foram determinados usando o sistema TaqMan®. Foram coletadas 585 amostras de swab nasal, sendo 138 casos novos de hanseníase (23,5%), 249 contatos intradomiciliares (42,5%) e 198 controles saudáveis (34%). Dentre os casos de hanseníase, 86,2% foram RLEP positivos e 13,8% negativos, enquanto 55% foram Ag85B positivos e 45% negativos; A RLEP foi positiva em 86,7% dos contatos e negativa em 13,3%, enquanto 40% foram Ag85B positivos e 60% negativos; Para os controles, 56% foram RLEP positivos e 44% negativos e para Ag85B foram 20,2% positivos e 79,8% negativos. Os resultados positivos obtidos com a RLEP (50% maiores quando comparados com o gene Ag85B) confirmam os resultados esperados e são justificados pelo número de cópias deste gene no genoma do M. leprae (37 cópias) enquanto o Ag85B aparece uma única vez. A técnica de qPCR é uma importante ferramenta para se detectar infecções subclínicas com alta sensibilidade e especificidade. Provavelmente existe um número desconhecido de indivíduos infectados e assintomáticos que desempenham um importante papel ativo na transmissão da doença. Alguns trabalhos mostram que contatos positivos para o M. leprae em swab nasal, desenvolveram a doença alguns anos depois desta detecção. Por essa razão, deve-se aumentar a busca ativa por estas fontes de infecção, utilizando-se de duas ferramentas importantes: o swab nasal, que é uma técnica acessível e pouco invasiva, e a qPCR que embora ainda custosa, é altamente sensível.


Palavras-chave:  Ag85B, Mycobacterium leprae, Mucosa Nasal, qPCR, RLEP