Resumo

Na última década, têm sido identificadas e caracterizadas diferentes espécies de fungos filamentosos, utilizados nos processos de biorremediação de solos contaminados com o inseticida. O presente trabalho teve como objetivo isolar e identificar fungos com potencial degradação do inseticida carbofuran em amostras de solo. Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Biotecnologia Ambiental(LABITEC)da UEMA/CESI. Para a realização dos testes de biodegradação foram selecionadas 20 linhagens fúngicas preservadas na micoteca do LABITEC, denominadas de acordo com os códigos respectivamente:MA01, MA02, MA03, MA04, MA05, MA06, MA07, MA08, MA09(Culturas do solo de mandioca); MI01, MI02, MI03, MI04, MI05, MI06 (Culturas do solo de milho); AM01, AM02, AM03, AM04, AM05(Culturas do solo de amendoim). O inseticida utilizado foi o carbofuran(2,3-diidro-2,2-dimetil-7-benzofuranil-N-metil carbamato). A seleção de fungos foi realizada da através da inoculação em meio de cultura BDA, suplementado com diferentes concentrações de carbofuran (0,10,20,50 e 100 µg ml^-1). Após essa etapa foram realizados os ensaios de biodegradação do inseticida carbofuran em laboratório,onde os resíduos de carbofuran foram transformados em composto colorido que pôde ser facilmente detectado pela absorção de radiação de 460 nm. A identificação das linhagens fúngicas em nível de espécie foi realizada através da classificação taxonômica, métodos bioquímicos e de coloração. Os resultados mostraram que 11 linhagens fúngicas apresentaram crescimento satisfatório no período de 0 a 72 horas de observação em meio mineral sólido suplementado com carbofuran nas diferentes concentrações. Na análise dos resíduos do carbofuran, onde seus substratos foram transformados em um composto colorido, oito linhagens apresentaram capacidade de degradar o inseticida carbofuran por meio da diazotização do complexante 4-aminoacetofenona após sete dias de cultivo. A linhagem AM01 apresentou a maior atividade de degradação(42,86%), seguidas das linhagens MA-05(39,3%) e MA06(35,7%). Através da identificação das linhagens em estudo foi possível descrever quais espécies de fungos foram capazes de degradar o carbofuran.O gênero Aspergillus mostrou-se em maior ocorrência, seguido do gênero Syncephalastrum, sugerindo a sua possível aplicabilidade em estudos de biodegradação e biorremediação em áreas contaminadas com carbofuran.