Resumo

Cunninghamella echinulata, fungo filamentoso isolado de solo da Caatinga de Pernambuco, Brasil, está depositado na Coleção de Culturas UCP/WFCC (Universidade Católica de Pernambuco/World Federation Culture for Collection), caracterizado por apresentar colônias brancas, de crescimento rápido e tardiamente ficam acinzentadas. Microscopicamente apresentou hifas não septadas, com esporangióforo característico do gênero. A constituição de meios de cultura deve apresentar um equilíbrio das fontes de C, N, P, vitaminas e micronutrientes, sendo considerados fatores decisivos para o crescimento e esporulação dos micro-organismos. Portanto, torna-se necessário estabelecer uma composição mínima de nutrientes que possibilite o desenvolvimento e esporulação. Neste sentido, estudos foram realizados com o objetivo de avaliar a influência da concentração de milhocina (fonte de nitrogênio) e farinha de banana verde (fonte de carbono e micronutrientes), de acordo com o planejamento experimental DCCR (Delineamento Composto Central Rotacional), tendo como variável respostas o crescimento radial de Cunninghamella echinulata. A linhagem de C. echinulata foi crescida em placas de Petri contendo o meio Yeast Malt Agar, incubadas a 28ºC por 5 dias, em seguida cortados inóculos de 8 mm de diâmetro foram transferidos para o centro de placas de Petri contendo os meios formulados de acordo com os ensaios preconizados pelo DCCR. O meio base foi constituído de NH4NO3 (0,1g), H2PO4 (0,02g) e MgSO4 (0,02g) para 100mL de água destilada, acrescido da farinha de banana verde e milhocina de acordo com as concentrações estabelecidas pelo desenho experimental. As placas foram incubadas 28ºC, por 5 dias, com acompanhamento diário para avaliar o diâmetro da colônia e esporulação. De acordo com o diagrama de Pareto, nível de confiança de 95%, a milhocina na função linear e quadrática foi a variável independente mais significativa do ponto de vista estatístico, porém não influenciou no aumento do crescimento radial. Contudo, a farinha de banana exerceu uma função linear não foi significativa do ponto de vista estatístico, porém demonstrou influência no crescimento do micélio. A interação entre a associação da milhocina com a farinha de banana, e a farinha de banana isoladamente, não apresentaram resultados significativos. Observou-se ainda que a milhocina e a farinha de banana não influenciaram na morfologia do fungo; no entanto o nível mais alto de farinha de banana induziu a esporulação do fungo em 48h de crescimento.