XXI ALAM
Resumo:590-1


Poster (Painel)
590-1Métodos clássicos e moleculares aplicados à detecção de vírus na água de reúso e lodo de esgoto: determinação da eficiência e limites de detecção.
Autores:Luana Cássia Umeda (USP - Universidade de São Paulo - ICB II) ; Telma Alves Monezi (USP - Universidade de São Paulo - ICB II) ; Patrícia Garrafa (USP - Universidade de São Paulo - ICB II) ; Marcelo de Souza Lauretto (USP - LESTE - Universidade de São Paulo, EACH) ; Charlotte Marianna Hársi (USP - Universidade de São Paulo - ICB II) ; Dolores Ursula Mehnert (USP - Universidade de São Paulo - ICB II)

Resumo

Os vírus entéricos humanos são responsáveis por grande parte das infecções presentes na população sendo encontrados no esgoto, no lodo, e inclusive na água de reuso, devido ao tratamento insuficiente para remoção desses patógenos. Desde a década de 70, a OMS tem se dedicado ao estabelecimento de critérios para a utilização de esgotos sanitários. No Brasil, a Portaria n° 2914, do Ministério da Saúde, recomenda ensaios para detecção viral na avaliação da qualidade da água para consumo humano apenas em casos de surto de doenças de veiculação hídrica, sem constar a definição dos tipos de vírus e das metodologias a serem aplicadas. O objetivo desse trabalho é a comparação entre metodologias clássicas e moleculares na detecção de rotavírus e adenovírus encontrados naturalmente em amostras de lodo de esgoto e água de reuso, visando contribuir com a validação destas técnicas para subsidiar legislações em fase de definição. Vinte e cinco amostras de água de reuso provenientes de uma Estação de Tratamento de Esgoto e 25 amostras de lodo de diferentes Estações de Tratamento de Esgoto do Município de São Paulo foram analisadas. Os vírus presentes no lodo foram eluídos com solução de extrato de carne pH 9,0 e aqueles presentes nas amostras de água de reuso foram concentrados por filtração em membrana Zeta Plus 60S. Em seguida, os vírus de ambas as amostras foram concentrados por ultracentrifugação e detectados por métodos moleculares (PCR e ICC-PCR) e clássicos (cultivo em células e reação de imunoperoxidase direta). A técnica de ICC-PCR apresentou 100% de positividade na detecção viral de ambos os vírus nas vinte e cinco amostras analisadas de cada uma das matrizes. Os mesmos índices de positividade foram observados com a técnica de imunoperoxidase direta aplicada à detecção de rotavírus nas amostras de lodo de esgoto e água de reuso. Por outro lado, a PCR apresentou positividade variável (88-100%) de acordo o tipo de matriz e de vírus analisados. O cultivo em células também apresentou positividade variável (4-44%) na pesquisa de adenovírus e resultados inconclusivos para rotavírus devido a difícil visualização dos efeitos citopáticos. Através desses resultados concluímos que a técnica de ICC-¬PCR e a imunoperoxidase direta apresentam maior sensibilidade na detecção viral em amostras ambientais quando comparadas a técnica de PCR e cultura celular aplicadas isoladamente.


Palavras-chave:  Rotavírus, Adenovírus, Água de reúso, Lodo de esgoto, Metodologias de detecção