Resumo

A espécie Aristolochia galeata Mart. & Zucc , conhecida popularmente como angelicó, é aplicada tradicionalmente na medicina popular no tratamento ou controle de várias doenças. Diante dos poucos estudos disponíveis sobre a atividade antibacteriana da A. galeata e a ampla resistência que as bactérias Gram negativas e Gram positivas vêem apresentando, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade bacteriostática in vitro do extrato hidroalcoólico bruto e também das frações hexânica, acetato de etila, diclorometano e etanólica, frente a bactérias padrão Gram-negativas ( Klebsiella pneumoniae ATCC 27.736, Pseudomonas aeruginosa ATCC 27.853, Escherichia coli EHEC ATCC 43.895 e Salmonella typhi ATCC 19.430) e Gram-positivas (Staphylococcus aureus ATCC 29.213, Enterococcus faecalis ATCC 19.433, Staphylococcus saprophyticus ATCC 15.305 e Staphylococcus epidermidis ATCC 12.228). Para atingir este objetivo, a concentração inibitória mínima (CIM) foi determinada através da técnica de microdiluição em caldo (CLSI, 2012). Os extratos vegetais foram diluídos em série para concentrações que variaram de 1250 a 125 μg/mL em DMSO 20%. A Estreptomicina 100 μg/mL e DMSO 20% foram utilizados como controles positivo e negativo, respectivamente. O extrato hidroalcoólico bruto apresentou CIM de 250μg/mL frente a S. aureus e 500μg/mL frente E. faecalis enquanto as amostras S. epidermidis e S. saprophyticus mostraram CIM de 750μg/mL. Nenhuma amostra Gram negativa foi inibida por A. galeata (CIM >1250 μg/mL). A fração diclorometano apresentou CIM de 500, 750 e 1000 μg/mL frente a S. aureus, S. saprophyticus e S. epidermidis, respectivamente. Essas bactérias também foram sensíveis à fração hexânica, com CIM de 500 μg/mL para S. epidermidis e CIM de 750μg/mL frente a S. aureus e S. saprophyticus. As bactérias Gram-positivas apresentaram maior sensibilidade, indicando que os extratos brutos de A. galeata bem como suas frações hexânica e diclorometano possuem ação seletiva frente à constituição química da parede celular bacteriana. Os resultados obtidos mostraram que A. galeata possui potencial atividade antibacteriana e os resultados obtidos estimulam estudos posteriores a fim de isolar e caracterizar compostos bioativos com propriedades antimicrobianas.