XXI ALAM
Resumo:508-1


Poster (Painel)
508-1Diversidade clonal de Escherichia coli, Enterobacter cloacae e Enterobacter aerogenes produtores de KPC-2 isolados em diferentes regiões do Brasil
Autores:Carolina Padilha Tavares (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz) ; Helena Naly Miguens Rocha (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Celso Faria Junior (LACEN- DF - Laboratório Central do Distrito Federal) ; Maria da Penha A. H. de Souza (LACEN- ES - Laboratório Central do Espírito Santo) ; Robmary de Almeida (LACEN- GO - Laboratório Central de Goiás) ; Carlene de Fátima M. Alves (LACEN- MG - Laboratório Central de Minas Gerais) ; Valdelúcia Oliveira Cavalcanti (LACEN- PE - Laboratório Central de Pernambuco) ; Angélica Santos Oliveira (LACEN- RJ - Laboratório Central do Rio de Janeiro) ; Hilda Ramos Ruf (LACEN- BA - Laboratório Central da Bahia) ; Maria Iracema Aguiar Patricio (LACEN- CE - Laboratório Central do Ceará) ; Marise Dutra Asensi (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz) ; Ana Paula D'alincourt Carvalho Assef (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz)

Resumo

A produção da carbapenemase do tipo KPC tem se tornado um importante mecanismo de resistência aos carbapenemas na família Enterobacteriaceae. No Brasil, a KPC foi relatada inicialmente em Klebsiella pneumoniae no Recife, em 2006, mas já se encontra disseminada pelo país, onde sua incidência tem aumentado também em outras espécies de Enterobacteriacaeae. Desta forma, este estudo teve como objetivo determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos através da difusão em ágar e da determinação da concentração inibitória mínima por Etest, caracterizar a variante alélica de KPC através de PCR e sequenciamento, detectar a presença de outras beta-lactamases (CTX-M, CTX-M-15, TEM e SHV) através de PCR e avaliar o polimorfismo genético por PFGE de 68 amostras de Escherichia coli, Enterobacter cloacae e Enterobacter aerogenes, produtoras de KPC provenientes de sete estados brasileiros (BA, CE, ES, GO, MG, PE e RJ) e do Distrito Federal entre 2009 e 2011. Todas as amostras apresentaram a variante alélica KPC-2. A maioria foi isolada no DF (48%) e PE (13%), a partir de diferentes materiais clínicos, como: swabs de vigilância (38%) e urina (18%). Observamos um alto percentual de resistência a todos os beta-lactâmicos testados (mais de 75%). A maioria das amostras (87%) apresentou perfil de multirresistência, sendo duas resistentes a todas as classes de antimicrobianos testadas. Observamos resistência à polimixina B em 26% das amostras de E. aerogenes, fato muito preocupante pois a polimixina é uma das únicas opções de tratamento para as infecções por bactérias multirresistentes produtoras de KPC. O gene blaTEM, foi encontrado em 48% das amostras, blaSHV em 16% e blaCTX-M em 29%, sendo 40% pertencentes à variante alélica blaCTX-M-15. Através de PFGE, observamos grande diversidade clonal entre as amostras estudadas, mas encontramos a presença de dois grupos clonais mais prevalentes em E. aerogenes (grupos A–65,8% e F–15,8%), sendo o grupo clonal A encontrado em amostras isoladas no DF e GO e o grupo clonal F em PE, o que sugere a presença de surtos nestes locais. Estes resultados mostram a disseminação de KPC, no Brasil, em diferentes clones das espécies estudadas, alertando para a necessidade da adoção de medidas de contenção e monitoramento dessas bactérias no ambiente hospitalar.


Palavras-chave:  Enterobactérias, KPC, Resistência, Diversidade genética