Resumo

INTRODUÇÃO: Infecção hospitalar é um grave problema de saúde pública, que afeta um grande número de pacientes, aumentando o tempo de internação, o risco de mortalidade e os custos socioeconômicos. Diversos patógenos bacterianos estão relacionados a estas infecções, com destaque para Staphylococcus aureus, que pode colonizar a nasofaringe e, portanto ser facilmente disseminada através das mãos. Os torniquetes têm importante destaque como instrumento de trabalho no hospital, porém quando utilizado sem correta desinfecção podem ser veículo de transmissão de bactérias patogênicas como o MRSA. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal experimental em 30 torniquetes utilizados por profissionais de saúde de um hospital público da cidade de Juiz de Fora, MG, em 2011. Para pesquisa de MRSA os torniquetes foram submetidos à cultura em Ágar manitol salgado, com posterior identificação bioquímica das colônias através das provas de catalase e coagulase, além da realização do teste de sensibilidade aos antimicrobianos para oxacilina e cefoxitina. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dos 30 torniquetes analisados houve crescimento de Staphylococcus aureus em 6 (20%) e destes 5 foram MRSA (16%). Em 23 torniquetes houve crescimento de Staphylococcus sp coagulase negativos. Estes resultados mostram a grande importância da utilização de técnicas de biossegurança nos hospitais, pois além da lavagem das mãos, a desinfecção dos torniquetes deve ser realizada de forma a diminuir a transmissão de patógenos por estes instrumentos. O MRSA representa um importante agente etiológico associado às infecções hospitalares, devido a sua fácil disseminação intra-hospitalar associada à sua crescente resistência aos antimicrobianos. CONCLUSÕES: O MRSA pode ser transmitido através de torniquetes à pacientes hospitalizados.