Resumo

Feohifomicose caracteriza um grupo de infecções causadas por fungos dematiáceos, sapróbios que, em parasitismo, podem apresentar-se na forma de hifas septadas, pseudo-hifas, ou leveduras negras. Dependendo da localização da lesão a doença pode ser designada como feohifomicose cutânea, subcutânea ou sistêmica. A feohifomicose subcutânea, forma clínica mais comum, manifesta-se como lesões nodulares, verrucosas ou císticas, adquirida por implantação traumática. Trata-se de uma doença de distribuição cosmopolita, com maior incidência nas regiões tropicais e subtropicais de clima quente e úmido da América Latina, África e Ásia. O presente estudo tem como objetivo relatar um caso de feohifomicose em paciente do sexo masculino, com 57 anos de idade, aposentado sem realizar nenhum tipo de ocupação. O paciente foi admitido no Hospital das Clínicas de Pernambuco, apresentando lesão nódulo-cística em região podal direita, sendo submetido a uma biópsia da lesão podal. O fragmento do tecido foi coletado por biopsia e armazenado em soro fisiológico. Posteriormente, a amostra clínica foi encaminhada ao Laboratório de Micologia Médica, localizado no Departamento de Micologia, do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco. A amostra clínica foi submetida à preparação de lâminas, utilizando hidróxido de potássio a 20% sobre os fragmentos de tecido e para o isolamento do agente etiológico, foi realizado semeio em ágar Sabouraund suplementado com 50mg/L de cloranfenicol e incubados a 25ºC. Á microscopia direta-parasitismo foram observados filamentos micelianos septados demáceos. A cultura revelou aspectos macroscópicos e microscópicos compatíveis com o agente etiológico Fonsecae pedrosoi. Lesões subcutâneas devem ser avaliadas quanto ao envolvimento fúngico, a fim de se instituir um tratamento adequado para alcance de cura.