XXI ALAM
Resumo:480-2


Poster (Painel)
480-2AVALIAÇÃO CLÍNICA E LABORATORIAL DE FUNGEMIA POR Cryptococcus laurentii EM PACIENTE COM NEOPLASIA DE COLO UTERINO
Autores:Melyna Chaves Leite (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco) ; Danielle Patrícia Cerqueira Macêdo (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco) ; Reginaldo Gonçalves de Lima Neto (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco) ; Rodrigo Konfi (HCPE - Hospital das Clínicas de Pernambuco) ; Rejane Pereira Neves (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)

Resumo

O gênero Cryptococcus é caracterizado por constituir o grupo de leveduras basidiomicéticas. A espécie patogênica mais frequentemente relacionada aos casos de criptococose é C. neoformans, contudo C. laurentii também tem acometido pacientes graves. Estas espécies possuem a capacidade de produzir uma cápsula mucopolissacarídica, dentre outros fatores como a produção de pigmento melanina e enzimas, considerados ativos durante a patogênese. A primo-infecção comumente é pulmonar, porém frequentemente transitória, em virtude da afinidade de Cryptococcus pelo sistema nervoso central. Contudo, a ocorrência de infecções na corrente sanguínea por este gênero de levedura é rara. As doenças de base mais relacionadas a infecções de corrente sanguínea por Cryptococcus incluem a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, o transplante de órgãos e as neoplasias. As manifestações clínicas variam desde assintomáticas à doença disseminada. As opções terapêuticas dependem do status imunológico do paciente e incluem polienos e imidazóis, com taxas de mortalidade elevadas. Assim, o objetivo deste trabalho é relatar um caso de fungemia por C. laurentii em paciente de 42 anos com neoplasia de colo uterino. A paciente foi admitida em Hospital Público da cidade de Recife-PE com diagnóstico para neoplasia de colo uterino, com quadro de semioclusão intestinal. Fez uso de medicações anti-neoplásicas, além de procedimentos como enterectomia e jejunostomia, nutrição parenteral e diversos esquemas de antibioticoterapia e corticoidoterapia. Após recuperação clínica, recebeu alta. Contudo, onze meses depois retornou necessitando de nova internação para cirurgia de correção de jejunostomia e tratamento para diabetes. Apesar de apresentar-se clinicamente estável, exibiu quadros febris recorrentes, sendo diagnosticada sepse. Foi realizada coleta de sangue para hemocultivo. Ao exame direto a fresco foram visualizadas células de leveduras brotantes. Após o isolamento da levedura em meio ágar Sabouraud e Brain Heart Infusion -BHI, as culturas foram identificadas através de taxonomia clássica, automatizada e molecular como C. laurentii. A paciente foi tratada com fluconazol 2mg/mL endovenoso de 24/24 horas, mas o curso clínico foi fatal. Atualmente ainda infecções invasivas graves por espécies consideradas ainda emergentes como C. laurentii representam um desafio para a equipe médica.


Palavras-chave:  Cryptococcus laurentii, Fungemia, Neoplasia de colo de uterino