XXI ALAM
Resumo:420-3


Poster (Painel)
420-3Frequência de bioaerossois em Berçário de Assistência Terciária, de Hospital Público de São Paulo
Autores:Debora Moreira (ICB/USP - Instituto de Ciências Biomédicas da USP / CONTROLBIO - Controlbio Assessoria Técnica Microbiológica) ; Vanessa Kummer Perinazzo Oliveira (ICB/USP - Instituto de Ciências Biomédicas da USP) ; Maria José Silveira (CONTROLBIO - Controlbio Assessoria Técnica Microbiológica / ICB/USP - Instituto de Ciências Biomédicas da USP) ; Vera Lúcia Jornada Krebs (BERÇÁRIO HC - Faculdade de Medicina da USP) ; Claudete Rodrigues Paula (ICB/USP - Instituto de Ciências Biomédicas da USP)

Resumo

Bioaerossois são conhecidos como poeira orgânica e pode conter organismos patogênicos e não patogênicos. O papel exercido pela disseminação das doenças, em superfícies inanimadas e no ambiente é controverso. Objetivo: Este estudo teve como objetivo realizar a amostragem do ar interior e caracterizar os micro-organismos presentes em ambiente hospitalar. Material e método Este estudo foi realizado em uma unidade de assistência neonatal, de um hospital público de São Paulo, composta de 63 leitos. Desses, 25 são de nível três e 15 são de nível dois. As coletas foram realizadas com auxílio de aparelho amostrador de ar (Millipore), para a bactérias e fungos. As placas de ágar Sangue foram incubadas a 32,5°C±2,5°C, por até 3 dias e as placas de ágar Sabouraud foram incubadas a 22,5°C±2,5°C, por até 5 dias. Após o período, as colônias foram contadas e a identificação foi realizada. Resultados Foram coletadas amostras de 10 quartos, 1 sala de preparo de medicação e 1 sala de leite humano. A média de bactérias foi de 150UFC/m³ (DP 2,83) e de fungos foi de 37UFC/m³ (DP9,9). As bactérias mais isoladas foram: S. aureus, em 83,3% dos ambientes; Streptococcus spp em 33,3%; Micrococcus spp e BGN, em 25%. Streptococcus & hermolítico e Chromobacterium violaceum foi isolado em 8,3% do total de ambientes analisados. Em relação aos fungos, os mais prevalentes foram Cladosporium spp, Penicillium spp (91,7%), Leveduras (66,7%) e Aspergillus spp (33,3%). Discussão Este foi um estudo piloto. A quantidade de bactérias isoladas está de acordo com a RE 09, para ambientes climatizados artificialmente, porém, de acordo com algumas recomendações internacionais esse índice deve ser menor. Um outro fato que merece a atenção é que S. aureus foi isolado em quase todos os ambientes. No presente estudo, não foi pesquisada a sensibilidade dessas amostras "in vitro", porém, de acordo com a literatura, os Staphylococcus aureus e os coagulase negativos são os principais patógenos associados a infecções nosocomiais, em neonatos de baixo peso. Na literatura, não há dados que comprovem que a presença de leveduras pode estar associada ao desenvolvimento de infecções nosocomiais e essas estiveram presentes em 66,7% dos ambientes. Os fungos filamentosos isolados são frequentemente encontrados em vários ambientes, contudo, em um berçário terciário há a possibilidade desses patógenos causar um aumento da incidência de alergias. Conclusão Após a realização do estudo preliminar foi possível definir a quantidade de ar a ser coletado. Além disso, esse estudo chamou a atenção dos profissionais sobre a necessidade de adotarem medidas que possam diminuir a quantidade de micro-organismos presentes nesses ambientes.


Palavras-chave:  Bioerossois, Ambiente climatizado, Bactérias, Fungos, UTI neonatal