XXI ALAM
Resumo:404-1


Poster (Painel)
404-1Caracterização molecular dos perfis de virulência e resistência em isolados de Aeromonas
Autores:Rafaela Rogério Floriano de Sousa (FSP - USP - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo) ; Milena Dropa (FSP - USP - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo) ; Glavur Rogerio Matté (FSP - USP - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo) ; Maria Helena Matté (FSP - USP - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo)

Resumo

Introdução: Espécies de Aeromonas habitam ambientes diversificados, desde terrestres a aquáticos, são capazes de sobreviver a grande pressão de ambientes adversos, e consideradas reservatórios ambientais de genes de resistência. Devido a fatores de virulência, mediados por genes específicos, este gênero oportunista está relacionado a diversas infecções, desde gastroenterites e infecções do trato urinário, a septicemias e fasciítes necrosantes, principalmente em imunocomprometidos. Deste modo organismos do gênero Aeromonas são atualmente considerados emergentes do ponto de vista da Saúde Pública, e a sua monitoração faz-se necessária para melhor compreensão da distribuição das diferentes espécies no ambiente, da patogenicidade, e possíveis transferências genéticas de resistência. O objetivo do estudo foi verificar a ocorrência de resistência e genes de virulência em Aeromonas de origem ambiental. Materiais e Métodos: A partir de 74 isolados de Aeromonas, provenientes de amostras de lodo e esgoto tratados (2009), foram realizados antibiogramas, testes de produção de enzimas beta-lactamases (AmpC, MBL e ESBL), e pesquisa de genes de resistência a beta-lactâmicos e genes de virulência referentes ao gênero Aeromonas por meio de PCR. Discussão de Resultados: O antibiograma destacou a elevada resistência a ampicilina (94,6%), cefalotina (78,4%), cefoxitina (45,9%) e sulfametoxazol/trimetoprim (40,5%), e a presença da enzima AmpC foi observada através do teste fenotípico com inibidor em 35 (47,3%) dos isolados e MBL em 2 (2,7%) isolados. Utilizando a PCR para detecção dos genes de resistência foi observado em 31,1% o gene blaCphA (MBL), e em 9 (12,2%) isolados foram detectados genes blaMOX, não publicados até o presente momento no Brasil. A caracterização molecular da virulência verificou presença de todos os genes pesquisados, em grande frequência e diferentes combinações. Conclusão: É importante notar que há maior prevalência de genes de virulência nos isolados que não apresentaram elevada resistência aos antibióticos, e este dado ressalta o elevado potencial de patogenicidade e poder invasivo destas espécies, cujas infecções em indivíduos com baixa imunidade podem ser fatais. Em contraponto, a resistência observada é preocupante, uma vez que estes microrganismos estão dispersos no ambiente, e podem transferir genes de resistência a outros.


Palavras-chave:  Aeromonas, Fatores de Virulência, Genes de Resistência, Resistência aos Antimicrobianos