Resumo

Introdução: O Papilomavírus Humano (HPV) é o agente infeccioso mais comum de transmissão sexual, possuindo forte relação com o desenvolvimento do câncer de colo de útero. Existem três formas de infecção pelo HPV, a clínica, subclínica e latente, esta última é diagnosticada por meio de técnicas moleculares e de hibridização “in situ” do DNA viral em indivíduos com clínica e citologia/histologia normais, estando presente em um grande número de mulheres. Portanto, há um crescente interesse em detectar e tipificar o HPV, antes mesmo da instalação de um processo lesional. Materiais e Métodos: Foram incluídas neste estudo 248 mulheres assintomáticas para as lesões intraepiteliais ou o câncer, no período de agosto a setembro de 2011. Foram analisadas células da mucosa cervical destas pacientes. Primeiramente realizou-se a extração de material genômico e posteriormente a detecção do DNA do viral por PCR convencional com a utilização do par de iniciadores MY09/MY11. Após, as amostras positivas foram tipificadas para o HPV 16 e 18 utilizando a técnica de PCR em tempo real. Discussão dos resultados: O DNA do HPV foi detectado em 26,2% (65/248) das amostras com citológica normal. O HPV 16 foi detectado em 1,5% (1/65) das amostras positivas e o HPV 18 foi o tipo mais prevalente neste estudo, com detecção de 9,2% (6/65) das amostras positivas, sendo bastante preocupante uma vez que, estes tipos virais possuem um maior poder carcinogênico. Para não superestimar os resultados, estudos deste caráter são cada vez mais necessários, a fim de verificar a verdadeira prevalência do HPV circulante na população sexualmente ativa. Além disso, atualmente existe grande preocupação em torno do aperfeiçoamento do método de detecção citopatológico do HPV, portanto a introdução de novos critérios de diagnósticos mais sensíveis e específicos, tais como os moleculares se fazem necessário, pois possibilitam a tipagem e a quantificação viral, sendo possível à detecção do HPV antes mesmo das modificações nucleares e citológicas nas células cervicais. Conclusão: Apesar do exame citopatológico de Papanicolaou constituir na principal forma de prevenção do câncer do colo uterino e rastreamento das lesões intraepiteliais causadas pela infecção do HPV, esse possui certas limitações, quanto ao diagnosticar o vírus em estado de latência clínica, ocorrendo resultados falso-negativos, quando ainda não está evidenciado o efeito citopático do vírus.