XXI ALAM
Resumo:363-1


Poster (Painel)
363-1BIOSSURFACTANTES APLICADOS A DISPERSÃO DE ÓLEO
Autores:Melissa Sanders Freitas (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Luína Benevides Lima (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Vânia Maria Maciel Melo (UFC - Universidade Federal do Ceará)

Resumo

Biossurfactantes são moléculas produzidas por microrganismos que apresentam caráter anfipático e, consequentemente, são capazes de reduzir a tensão superficial e interfacial entre líquidos de diferentes polaridades. Por terem origem biológica, são vantajosas no que se refere a aplicações ambientais, apresentando menor toxicidade e maior biodegradabilidade. Bactérias produtoras de biossurfactantes têm sido pesquisadas em diversos ambientes e o ecossistema dos manguezais desponta como um ambiente promissor para a descoberta de novas fontes dessas moléculas, uma vez que sua microbiota ainda é pouco conhecida. Após uma análise prévia de cem isolados bacterianos, recuperados de sedimentos do manguezal do Jaguaribe, Ceará, foi selecionado um com base na melhor capacidade de promover emulsificação de misturas água-óleo, dispersão de óleo em água e redução da tensão superficial. O isolado mais promissor foi cultivado em Caldo Surfactina composto por 10,0g de glicose; 5,0g de extrato de levedura; 1,0g de (NH4)2SO4; 6,0g de Na2HPO4; 3,0g de KH2PO4; 2,7g de NaCl e 0,6g de MgSO4.7H2O por litro de água destilada, com pH 7,0 por 48 hrs à 150 rpm. Após o período de cultivo, a cultura foi centrifugada a 10.000 g por 15 minutos e o sobrenadante foi acidificado a pH 2,0 e mantido na geladeira a 4 °C por 12h, para a precipitação do biossurfactante. Em seguida, foi submetido à centrifugação de 10.000 g por 15 min. O precipitado foi então eluído em 10 mL de água destilada pH 8,0, tendo sido acrescido igual volume de diclorometano e submetido a breve agitação manual. Após repouso da solução por uma hora, a fase contendo diclorometano foi recuperada em novo tubo, e deixada em repouso para evaporação do solvente. O biossurfactante resultante foi eluído em metanol grau HPLC e filtrado em membrana de PVDF de 0,45 µm (Millipore) para ser analisada em HPLC utilizando uma coluna C18. Surfactina comercial (99,9% de pureza) foi utilizada como padrão em uma concentração de 0,5 mg/mL. Os picos do HPLC foram coletados separadamente e testados em relação à atividade dispersante. O ensaio foi realizado utilizando 1% de petróleo bruto derramado sobre 50 ml de água de destilada em placa de Petri. Foram dispensados 200 µl de cada pico e imediatamente medido o diâmetro do halo de dispersão. Dos 21 picos analisados, aqueles relativos aos tempos de retenção de 16,59 e 19,50 segundos provocaram dispersões máximas, deixando o óleo coagulado nas paredes da placa. A partir desses resultados, destaca-se o grande potencial para a aplicação desse composto no campo da biorremediação, uma vez que moléculas naturais são vantajosas por apresentarem menor toxicidade, além de serem biodegradáveis.


Palavras-chave:  Biossurfactante, Dispersão, HPLC