XXI ALAM
Resumo:321-1


Poster (Painel)
321-1Degradação dos HPAs pireno e benzo[a]pireno pelo basidiomiceto derivado marinho Marasmiellus sp. CBMAI 1062
Autores:Mariana Magrini (CPQBA/UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) ; Rafaella Bonugli-santos (CPQBA/UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) ; Marili Rodrigues (CPQBA/UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) ; Sinesio Boaventura (CPQBA/UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) ; Lara Sette (UNESP - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquista Filho / CPQBA/UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas)

Resumo

Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) são poluentes ambientais oriundos de fontes antropogênicas caracterizados por suas propriedades mutagênicas e carcinogênicas e persistência no ambiente. Fungos basidiomicetos de degradação branca têm sido extensivamente estudados devido à sua habilidade em degradar uma ampla variedade de compostos xenobióticos, por meio do arsenal enzimático ligninolítico e/ou e pela ação das mono-oxigenases do sistema Citocromo P450 (CYP) juntamente com epóxido hidrolases. Considerando que os estudos relacionados à degradação de poluentes por fungos marinhos ainda são escassos, o presente trabalho visou avaliar a degradação dos HPAs pireno e BaP, os metabólitos resultantes deste processo, o crescimento micelial e a atividade ligninolítica do basidiomiceto isolado de esponja marinha Marasmiellus sp. CBMAI 1062. O fungo foi cultivado em meio líquido extrato de malte a 2% e em meio mineral, ambos suplementados com 0,02 e 0,04 mg mL-1 de BaP e pireno, respectivamente, por diferentes períodos de incubação. A atividade ligninolítica de lacase, MnP e LiP foi determinada pela oxidação de diferentes substratos. Os HPAs foram analisados por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG–EM). Em meio malte, o basidiomiceto degradou mais de 90% da quantidade inicial de ambos os HPAs após 7 dias de incubação. Em comparação ao controle sem HPAs, o fungo apresentou maior crescimento micelial e atividade enzimática em alguns períodos estudados, especialmente de MnP e lacase. Em meio mineral, o isolado apresentou atividade ligninolítica, elevadas taxas de degradação (79,9% de pireno e 95,2% de BaP) e aumento de biomassa, o que sugere o consumo, ao menos em parte, dos HPAs e/ou de seus produtos de degradação como fontes de carbono e energia. Foram identificados cinco metabólitos resultantes da degradação: 1-hidroxipireno, pireno dihidrodiol e dihidroxipireno, derivados da degradação do pireno, e hidroxibenzo[a]pireno, derivado da degradação do BaP. Tais compostos sugerem a degradação inicial dos HPAs via sistema enzimático CYP e epóxido hidrolases. Os resultados do presente trabalho evidenciam o potencial do fungo Marasmiellus sp. CBMAI 1062 para biorremediação bem como para a aplicação biotecnológica de suas enzimas ligninolíticas.


Palavras-chave:  Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, biorremediação, fungo marinho, enzimas ligninolíticas