XXI ALAM
Resumo:104-1


Poster (Painel)
104-1Fontes ambientais de Cryptococcus na cidade de Manaus e determinação dos tipos moleculares
Autores:Gleica Soyan Barbosa Alves (ILMD/FIOCRUZ-AM - Instituto Leônidas e Maria Deane) ; Ana Karla Lima Freire (ILMD/FIOCRUZ-AM - Instituto Leônidas e Maria Deane) ; José Felipe de Souza Pinheiro (CCZ-MANAUS - Centro de Controle de Zoonoses) ; João Vicente Braga de Souza (INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) ; Ani Beatriz Jackisch Matsuura (ILMD/FIOCRUZ-AM - Instituto Leônidas e Maria Deane)

Resumo

A Criptococose é uma micose sistêmica que acomete órgãos internos e pele, decorrente da inalação de propágulos ressecados de Cryptococcus presentes na natureza. As duas principais espécies são C. neoformans (sorotipos A, D e o híbrido AD com tipos moleculares VNI,VNII, VNIII e VNIV) e C. gattii (sorotipos B e C com tipos moleculares VGI, VGII, VGIII e VGIV). C. neoformans possui distribuição geográfica mundial e pode ser encontrado em várias fontes ambientais, principalmente excretas de pombos domésticos. Já C. gattii é encontrado com maior frequência em regiões tropicais e subtropicais, em eucalipto e ocos de várias espécies de árvores tropicais como Oiti (Moquilea tomentosa), Cássia-Rosa (Cassia grandis) e Fícus (Ficus microcarpa). Na cidade de Manaus, investigou-se a presença de Cryptococcus em fezes de pombos, aves em cativeiro e ocos de árvores. Para tanto, foram feitas coletas das fezes de pombos acumulados em Escolas Municipais de Manaus, espaços e Órgãos Públicos, em ocos de árvores de áreas públicas da Cidade de Manaus e aves em cativeiro em pet shop e/ou moradias. Foram coletadas no total 342 amostras, sendo 134 amostras de fezes de pombos, 188 amostras de ocos de árvores (principalmente Oiti - Moliquea tomentosa; Flamboyan - Delonix regia e Palheteira - Clitoria racemosa) e 20 amostras de fezes de aves em cativeiro. Um grama de cada amostra coletada foi macerado e colocado em frasco erlenmeyer contendo 50mL de salina estéril a 0,9%. Após agitação e repouso 0,1mL foi plaqueado em meio NSA com cloranfenicol. Foram feitas 10 placas para cada amostra, que ficaram incubadas a 25 °C/5 dias. As colônias lisas, úmidas, brilhantes e de coloração marrom-escura foram cultivadas em outra placa com meio NSA. As leveduras isoladas foram submetidas aos testes fisiológicos, entre eles termotolerância a 35°C, sensibilidade à cicloheximida e crescimento no meio canavanina-glicina-azul de bromotimol (CGB). Após isolamento e identificação da espécie, foi realizada a tipagem molecular por PCR-RFLP e PCR-Fingerprinting dos isolados obtidos do ambiente. Foram obtidas 5 amostras positivas, sendo 1 proveniente de oco de árvore (C. gattii; VGII), 3 de fezes de pombos (C. neoformans; VNI) e 1 de fezes de ave em cativeiro (C. neoformans, VNI). Em todas as amostras investigadas foram encontrados Cryptococcus. No entanto, com uma ocorrência mais baixa quando comparada com estudos em outras regiões do Brasil. Os tipos moleculares encontrados no ambiente coincidem com os encontrados causando doença na cidade de Manaus.


Palavras-chave:  Árvores, Cryptococcus , Manaus, Pombos