XXI ALAM
Resumo:98-1


Poster (Painel)
98-1Caracterização das principais espécies de Fungos e Bactérias isoladas no trato respiratório de aves marinhas na região costeira da Baixada santista
Autores:Bruna Del Busso Zampieri (UNESP - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho) ; Thais Leandra Siems (UNESP - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho) ; Andrea Maranho (GREMAR - Grupo de Resgate de Animais Marinhos) ; Ana Julia Fernandes Cardoso de Oliveira (UNESP - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho)

Resumo

Existe uma poluição cada vez maior nas regiões costeiras. Vertebrados marinhos podem vir a se infectar por uma série de agentes etiológicos por contaminação direta da água, ou pelo consumo de presas contaminadas. Fungos e bactérias oportunistas além de contaminar os animais quando estão em ambiente natural, podem também contaminá-los durante o processo de reabilitação. O presente estudo tem como objetivo caracterizar as principais espécies de fungos e bactérias que se encontram no trato respiratório de aves marinhas em processo de reabilitação. No Centro de Resgate de Animais Marinhos, na Ilha do Arvoredo – Guaruja, swabs estéreis foram passados na abertura traqueal de 40 aves da espécie Spheniscus magellanicus, 4 Fregata magnificens, 6 Larus dominicanus, 12 Sula leucogaster, 1 Sula dactylatra e 1 Daption capense. O material presente nos swabs foi inoculado em placas de Petri com Mycosel Agar, para crescimento de fungos e Agar Nutrient, para crescimento de bactérias. Após o crescimento na estufa, foram utilizadas as características morfológicas das colônias e características morfológicas observados no microscópio de luz através de coloração gram para as bactérias e posteriores testes bioquímicos e para os fungos coloração com azul de metileno. Os principais gêneros de bactérias foram: Staphylococcus(74,5%), Streptococcus(40%),Pseudomonas(5%),Salmonella(5%) e Enterococcus(13%), e de fungos foram: Candida(22%), Aspergillus(9,5%), Penicillium(3%) e Tricophyton(1,5%). Um estudo sobre mortalidade de aves aquáticas demonstrou que a mortalidade por bactérias e fungos é bem maior em aves marinhas com hábitos costeiros, podendo estar relacionado à perturbação causada pelo homem nos ambientes costeiros. A prevalência de Staphylococcus pode ser explicada por fazer parte da microbiota normal da pele de animais, por estar presente em áreas antropizadas e por sua presença no pescado através da manipulação pelo homem. Muitas dessas infecções causadas por bactérias podem ser indicadoras de problemas no manejo. As micoses em aves estão entre as doenças sistêmicas mais freqüentes e mais sérias,sendo que membros do gênero Aspergillus e Candida são os patógenos mais frequentemente isolados. No presente estudo, 3 dos 5 pinguins com Aspergillus, vieram a óbito, indicando que o diagnóstico prévio dessa doença é importante. Grande parte desses gêneros de fungos e bactérias podem causar infecção quando os animais já estão debilitados ou com um grande fator de estresse causado pela captura e manejo. Por isso, é preciso cuidado quanto ao manejo nos Centros de Reabilitação. Um diagnóstico prévio facilita o tratamento, auxiliando na conservação das aves marinhas.


Palavras-chave:  Aves marinhas, Bactérias, Fungos, Manejo, Reabilitação