XXI ALAM
Resumo:85-1


Poster (Painel)
85-1Biodeterioração de filmes de Polihidroxibutirato-co-hidroxivalerato (PHBV), polietileno de baixa densidade (PEBD) e blenda de PEBD/PHBV (70/30), com Aspergillus niger
Autores:Thayse Marques Passos (UNESP - Universidade Estadual Paulista) ; Sandra Mara Martins Franchetti (UNESP - Universidade Estadual Paulista) ; José Carlos Marconato (UNESP - Universidade Estadual Paulista)

Resumo

Os materiais plásticos, devido sua resistência e durabilidade, são aplicados em diversos setores da indústria e nos últimos tempos seu consumo tem crescido muito no mundo todo. Esse crescimento se tornou objeto de grande preocupação e especial atenção por parte da comunidade científica, a qual tem buscado alternativas para substituir esses materiais ou torná-los mais suscetíveis a degradação, quando descarados no meio ambiente. Os polímeros sintéticos, como o polietileno (PE), o polipropileno (PP) e o poli(cloreto de vinila) (PVC), são os mais utilizados atualmente mas têm o problema de serem hidrofóbicos e resistentes à ação de enzimas microbianas. A fim de diminuir o efeito prejudicial do descarte desses materiais em lixões, aterros sanitários e terrenos baldios, materiais alternativos têm sido empregados, os quais são suscetíveis à ação de micro-organismos. Neste trabalho foi avaliada a biodegradação/biodeterioração de filmes de PHBV (biodegradável), PEBD (polietileno de baixa densidade) (não biodegradável) e da blenda de PEBD/PHBV (70/30) pelo fungo Aspergillus niger, incubados em meio mineral sólido enriquecido com glicose (completo), durante 1 mês, utilizando: Microscopia óptica (MO), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Infravermelho com transformada de Fourier (FTIR). As microscopias mostraram descamações, rachaduras e hifas presentes nos filmes. O FTIR (Figuras 1 e 2) mostrou que os filmes de PHBV e da blenda sofreram mudanças nas estruturas químicas das cadeias poliméricas, pela ação do fungo A. niger, as quais podem ser atribuídas, tanto à hidrólise enzimática quanto à morfologia dos filmes contendo o polímero biodegradável. A faixa de 1240-110 cm-1, atribuída à vibração de grupos C-O-C, do PHBV, sofreu alteração. Na blenda, houve redução na intensidade da banda 1745 cm-1 (estiramento de C=O na fase amorfa do PHBV), mostrando que a degradação ocorreu através do PHBV. O PE mostrou-se resistente à ação microbiana, apesar das mudanças ocorridas na sua morfologia (adesão microbiana). Isto indica a eficiência e versatilidade do fungo A. niger perante superfícies hidrofílicas (ésteres do PHBV) e hidrofóbicas (cadeias carbônicas do PE). A partir dos resultados obtidos pode-se concluir que o PHBV foi degradado tanto na blenda como no copolímero, pela ação enzimática do fungo, que também agiu aderindo-se ao PE, alterando sua morfologia.


Palavras-chave:  Biodeterioração, fungos, PEBD, PHBV, blenda