XXI ALAM
Resumo:82-1


Poster (Painel)
82-1RESISTÊNCIA DE BACTÉRIAS HETEROTRÓFICAS A DIFERENTES ANTIMICROBIANOS NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE ÁGUAS DE RECREAÇÃO
Autores:Paula Thaís Ranzani de França (UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá) ; Rogério Melloni (UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá)

Resumo

INTRODUÇÃO: Fontes de água doce têm sido utilizadas como forma de lazer, principalmente em função da disponibilidade, fácil acesso e baixo custo, sendo sua qualidade definida pela Resolução CONAMA 274/2000. Atualmente, tem sido crescente a preocupação com o uso de fármacos antimicrobianos devido à sua grande permanência no ambiente, o que pode causar uma pressão seletiva na microbiota ambiental, podendo, em alguns casos, promover o desenvolvimento de bactérias multirresistentes. Assim, a identificação de cepas multirresistentes no ambiente natural pode ser utilizada como indicativo da pressão antropogênica exercida ao mesmo. Nesse sentido, o estudo tem como objetivo avaliar a qualidade ambiental de águas de recreação do sul de Minas Gerais por meio da resistência de bactérias heterotróficas a antimicrobianos, discutindo os resultados com o padrão de balneabilidade definido pela legislação vigente. METODOLOGIA: As amostras foram coletadas em rios e cachoeiras da região sul de Minas Gerais, nos municípios de Itajubá, Gonçalves, Brazópolis, Maria da Fé e Wenceslau Braz. Foi feita contagem total de bactérias heterotróficas através da técnica de spread plate e selecionadas 176 colônias para o teste de resistência aos antimicrobianos: amoxicilina, ampicilina, ciprofloxacina, cloranfenicol, eritromicina, estreptomicina, gentamicina, penicilina, rifampicina, vancomicina, azitromicina e tetraciclina. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Dos antimicrobianos testados, foi possível observar maior ocorrência de cepas resistentes à penicilina, amoxicilina, ampicilina, eritromicina e vancomicina, enquanto que o cloranfenicol foi o único antimicrobiano que não apresentou nenhuma cepa resistente. O uso excessivo e indiscriminado de tais antimicrobianos pela população pode ser a razão pela grande quantidade de cepas resistentes. Daquelas analisadas, 56% foram consideradas multirresistentes, e somente 11% foram sensíveis a todos os antimicrobianos testados. CONCLUSÃO: A presença de um grande número de cepas multirresistentes indica uma necessidade de revisão da legislação vigente de balneabilidade, de forma a considerar outros indicadores além da atual presença de bactérias do grupo coliforme.


Palavras-chave:  Resistência a antimicrobianos., Bactérias heterotróficas., Bactérias multirresistentes.