Resumo

Vários estudos têm relatado a importância da microbiota oral de cães no desenvolvimento de infecções por meio de contaminação de feridas por mordidas em seres humanos e outros animais. Com o objetivo de verificar a frequência da placa bacteriana dental de cães e avaliar o efeito que a escova dental e dedeira teriam sobre ela, realizou-se um estudo com cães jovens e adultos residentes na cidade de Belém, Estado do Pará. Foram analisados 11 cães, de ambos os sexos e raças. Os animais do estudo foram então subdivididos em três grupos de acordo com sua faixa etária, no qual no grupo I os animais apresentavam faixa etária entre 0 a 2 anos, grupo II de 3 a 4 anos e o grupo III 6 a 7 anos. Com auxílio de creme dental e a dedeira (grupo I) e escova de dente macia (grupo II e III) foi feita a escovação dos animais, em seguida a amostra era colhida com swabs estéreis e em seguida colocados em caldo BHI para o pré-enriquecimento e transporte. As amostras foram semeadas em meio de Ágar Sangue e Ágar MacConkey e colocadas para incubar a 37ºC durante um período de 48 horas. Os resultados obtidos demonstraram que houve crescimentos bacterianos em todos os onze cães analisados independente da idade e método de escovação empregado, sendo evidenciado a presença de Staphylococcus sp. coagulase negativa, Streptococcus spp., Enterobacter sp., Proteus vulgaris, Aeromonas formicans e Escherichia coli. Os dados obtidos no presente estudo corroboram com outros relatos encontrados na literatura, no qual houve predominância de cocos Gram-positivos e bactérias Gram-negativas, e apesar do conhecimento de que fatores predisponentes como raça, idade, dieta e mastigação influenciam no aparecimento de doença periodontal, não se encontrou correlação com a frequência dos isolados em cães jovens e adultos.