27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:2255-1


Poster (Painel)
2255-1INIBIÇÃO DO CRESCIMENTO DE Rhizopus oryzae PELOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE Lippia gracilis Schauer: EFEITO NO BIOFILME E NA ATIVIDADE PEPTIDÁSICA
Autores:Almeida, C.A. (IMPG - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes) ; Blank, A.F (UFS - Universidade Federal de Sergipe) ; Alves, P.B. (UFS - Universidade Federal de Sergipe) ; Campos-Takaki, G.M. (UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco) ; Alviano, C.S. (IMPG - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes) ; Alviano, D.S. (IMPG - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes)

Resumo

Lippia gracilis Schauer (Verbenaceae), conhecido no Brasil pelo nome de "alecrim-da-chapada", é uma erva comumente encontrada no Nordeste e seu óleo essencial destaca-se pelo alto conteúdo de monoterpenos tais como timol, carvacrol, p-cimeno e γ-terpineno. Popularmente, o óleo essencial (OE) de L. gracilis é utilizado para o tratamento de dor de cabeça, infecções cutâneas, respiratórias e gastrointestinais. Referências abordando os potenciais antimicrobianos, larvicida, analgésico, anti-inflamatório e antioxidante vêm corroborando o uso popular do OE das folhas de L. gracilis e motivando a busca por novas bioatividades. Neste contexto, a zigomicose (mucormicose), infecção oportunista de distribuição mundial e importância crescente, ocasionada por fungos da ordem Mucorales, é representada principalmente por Rhizopus oryzae e possui características patológicas marcantes como angioinvasão, trombose, infarto e necrose dos tecidos afetados que possivelmente sugerem o importante papel das enzimas líticas e do biofilme de R. oryzae na patogênese, aliado a necessidade constante de novas opções terapêuticas para a referida doença. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a inibição do crescimento celular de R. oryzae pelos OEs das folhas de L. gracilis e investigar possíveis alvos relevantes para a biologia celular do fungo afetados pelo(s) bioativo(s) presentes nos óleos. Para tal, foram avaliadas as atividades antifúngica, anti-peptidase e no biofilme de R. oryzae por sete quimiotipos de OE de L. gracilis. Em primeiro lugar, os OEs das folhas de L. gracilis, previamente caracterizados, foram testados contra R. oryzae, através do protocolo M38-A2 (CLSI). Os esporos diluídos em RPMI 1640 contendo L-glutamina e tamponado a pH 7,0 com 0,165 M MOPS, apresentaram concentrações inibitórias mínimas (CIM) que variaram de 156,25 a 625 μg/mL. Para determinar possíveis alvos responsáveis pela atividade antifúngica no quimiotipo L. gracilis 109 (LGRA109), foram realizadas dosagens de inibição da atividade peptidásica extracelular e de inibição da formação do biofilme de R. oryzae. Os resultados demonstraram que LGRA109 apresentou atividade fungicida, inibiu totalmente a atividade peptidásica (1:1000) e inibiu em 100% e 48% em relação ao biofilme em formação e pré-formado de R. oryzae, respectivamente. Estes resultados sugerem possíveis alvos que justificam a atividade antifúngica deste óleo essencial.