Resumo

INTRODUÇAO: A febre tifoide é uma doença bacteriana sistêmica causada pela Salmonella enterica sorotipo Typhi, manifestada por quadro de febre prolongada acompanhada de distúrbios intestinais, que podem evoluir com complicações como perfuração intestinal podendo levar ao óbito. A virulência da Salmonella Typhi é altamente complexa, necessitando a expressão de numerosos genes, os quais codificam toxinas, adesinas, invasinas ou outros fatores de virulência, responsáveis pela agressão ao hospedeiro. Desta forma a pesquisa dos genes de virulência contribui de forma significativa para conhecer a distribuição das cepas circulantes. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi a pesquisa de genes associados a virulência de S. Typhi oriundas de três casos clínicos diferentes (Perfuração intestinal, Pneumonia e Hepatitie colestática) ocorridos no Estado do Pará. MATERIAL E MÉTODOS: No presente trabalho foram analisados oito genes de virulência (invA, viAB, prt, sta, stg, tcf, tyv e H-d) de Salmonella Typhi isoladas de pacientes com Perfuração intestinal (2002), pneumonia (2004) e hepatitie colestática (2002), que são complicações raras na febre tifóide. O DNA dos isolados bacterianos foi extraído pela técnica de extração fervura e congelamento, após a extração os genes foram identificados pela Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR) e as leituras foram feitas em gel de agarose a 2% corados com Syber Safe e visualizados sob luz ultravioleta. RESULTADOS: Os resultados evidenciaram que nos três casos clínicos analisados, foi possível a identificação de todos os oito genes investigados (invA, viAB, prt, sta, stg, tcf, tyv e H-d.) nas amostras isoladas de Salmonella Typhi, sugerindo uma similaridade genética entre as amostras pesquisadas, demonstrando o potencial patogênico diverso deste agente, e que a análise dos genes de virulência da S. Typhi se apresenta como um excelente ferramenta na caracterização das cepas circulantes. CONCLUSÃO: Os resultados obtidos indicam que as cepas de S. Typhi apresentaram alta similaridade genética quanto à presença dos genes de virulência pesquisados; a presença dos genes mantiveram-se estáveis desde o período de isolamento; e as cepas dos três casos clínicos não apresentaram quaisquer diferenças quanto ao seu potencial virulento.