27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:2182-1


Poster (Painel)
2182-1PREVALÊNCIA E CAPACIDADE DE ADESÃO DE ISOLADOS CLÍNICOS DE Candida spp. OBTIDOS DE PACIENTES COM CANDIDEMIA ATENDIDOS EM HOSPITAIS TERCIÁRIOS DA CIDADE DE NATAL-RN, BRASIL
Autores:MELO,A.P.V. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; MEDEIROS, M.A.P (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do NorteUFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; SILVEIRA, I.A. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do NorteUFRN - Universidade Federal do Rio Grande do NorteUFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; CHAVES, G.M. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do NorteUFRN - Universidade Federal do Rio Grande do NorteUFRN - Universidade Federal do Rio Grande do NorteUFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

Resumo

O gênero ,Candida representa, em geral, a quarta causa de infecções da corrente sanguínea, tendo mortalidade atribuída de aproximadamente 50% dos pacientes com candidemia. Candida albicans é a espécie mais prevalente do gênero, inclusive neste cenário clínico específico. Contudo, infecções por espécies de Candida não-C. albicans vem sendo cada vez mais relatadas em estudos epidemiológicos. A aderência da levedura a células epiteliais humanas consiste no primeiro passo para o estabelecimento de infecção, sendo um importante atributo de virulência destas leveduras. Este trabalho teve por finalidade avaliar a distribuição de espécies e a capacidade de aderência a células epiteliais de isolados clínicos de Candida spp. obtidos de hemoculturas de pacientes com candidemia. Foram analisados 22 isolados de Candida spp. oriundos de hemoculturas de pacientes hospitalizados atendidos no Hospital Universitário Onofre Lopes e no Hospital Dr. Luiz Antônio, entre abril de 2011 e junho de 2013. As leveduras foram identificadas através de semeio em CHROMagar Candida®, pela prova do microcultivo em ágar fubá com tween 80 e metodologia clássica (assimilação e fermentação de carboidratos), bem como foram caracterizadas fenotipicamente quanto à capacidade de aderir a células epiteliais bucais humanas (CEBH). Dentre os 22 isolados, C. albicans foi a espécie mais frequente (n=11; 50%); seguida de C. tropicalis (n=5; 22,7%) e do complexo C. parapsilosis (n=4; 18,2%). Apenas um isolado de C. krusei (n=1; 4,54%) e um isolado de C. lusitaniae (n=1; 4,54%) foram obtidos. Os isolados de C. albicans demonstraram maior capacidade de aderir às CEBH, como descrito em estudos anteriores, seguidos dos isolados de C. parapsilosis e C. tropicalis, C. lusitaniae e C. krusei com médias de 219, 209, 137, 94 e 27 células de levedura aderidas a 150 CEBH, respectivamente. Não se observou diferença estatisticamente significativa comparando-se a capacidade de aderência entre isolados de C. albicans, C parapsilosis e C. tropicalis (p> 0,05). Nossos resultados estão de acordo com a literatura que apontam C. albicans como a principal espécie do gênero Candida e também a mais virulenta. Estudos brasileiros sugerem uma alta prevalência de C. parapsilosis e C. tropicalis causando candidemia dentre as espécies de Candida não-C. albicans, corroborando com os dados do presente estudo. Vale ressaltar que este é o primeiro estudo epidemiológico sobre a distribuição de espécies de Candida causadoras de candidemia no estado do Rio Grande do Norte, Brasil.