27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:2179-1


Poster (Painel)
2179-1IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR DE ESPÉCIES DE MALASSEZIA ISOLADAS DE HUMANOS E CÃES EM DIFERENTES ESTADOS DO BRASIL
Autores:de Pádua Oliveira, D.C (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Possa, A.P (UFSJ - Universidade Federal de São João Del ReiUFSJ - Universidade Federal de São João Del Rei) ; BORGES, A. K. P (UFT - Universidade Federal de Tocantins) ; Moura, M. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Cisalpino, P.S (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Rosa, A.C. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; JOHANN, S (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo

As leveduras do gênero Malassezia fazem parte da microbiota indígena dos humanos e dos animais. No entanto, podem se tornar patogênicas. Existe uma gama de enfermidades associadas a Malassezia, sendo as mais importantes: dermatite seborréica, pitiríase versicolor e otite externa (cães e gatos). Atualmente, a identificação taxonômica na clínica é feita por testes bioquímicos. No entanto, testes moleculares vêm ganhando importância e são fatores decisivos para taxonomia e descoberta de novas espécies. Neste trabalho, 47 amostras foram isoladas de pacientes com lesões cutâneas e de cães com otite externa nas cidades de Belo Horizonte (MG), Palmas (TO), Ribeirão Preto (SP) e São Paulo (SP). O isolamento foi feito em Ágar Dixon modificado, na presença de ciclohexamida e cloranfenicol ambos a 1%. O DNA total das amostras foi extraído e foram feitas PCR empregando iniciadores GTG5; os amplicons resultantes foram resolvidos por eletroforese em gel de agarose a 1,5%, para verificar os padrões de bandas e realizar o agrupamento das amostras. Em seguida, foram feitos PCR utilizando os iniciadores NL1/NL4, para sequenciar algumas amostras representativas. Os resultados para GTG5 demonstraram a presença de 4 grupos com perfis de bandas similares. Os resultados do sequenciamento mostraram que as 47 amostras analisadas representaram 7 espécies: M. furfur, M. globosa, M. japonica, M. pachydermatis, M. slooffiae, M. yamatoensis e M. sympodialis. 16 amostras foram identificadas como M. furfur (34%). As espécies M. pachydermatis e M. sympodialis somaram 10 amostras cada (~21% das amostras). M. globosa contou com 4 amostras (~8% do total), M. japonica (3 amostras, ~6% do total), M. slooffiae e M. yamatoensis contaram com 2 amostras cada (aproximadamente 4% do total). M. yamatoensis (BH/MG) e M. japonica (São Paulo/SP) não haviam sido descritas na América Latina, sendo esta a sua primeira identificação em nosso meio. A presença de M. pachydermatis em canal auditivo de cães é um resultado que corrobora a literatura relacionando-se a espécie como a principal causadora de otite externa em cães. Estudos taxonômicos sobre as diferentes espécies deste gênero no Brasil são importantes tanto pela contribuição ao conhecimento de sua diversidade quanto para verificar a dispersão geográfica das espécies e suas possíveis correlações epidemiológicas.