Resumo

As micorrizas arbusculares constituem o tipo mais comum de simbiose micorrízica, e o conhecimento da associação micorrízica com as espécies vegetais hospedeiras é muito importante, pois serve de suporte para pesquisas sobre a produção de mudas e tecnologias para o reflorestamento. A inoculação com fungos micorrízicos poderá reduzir o uso de insumos, gerando uma economia de recursos e tempo na recuperação florística de áreas desmatadas ou destinadas à formação de matas nativas ou reflorestadas. Os fungos que formam a associação, denominados Fungos Micorrízicos Arbusculares (FMAs), têm papel crucial na manutenção desses ambientes, formando associação com representantes com a maioria das famílias de plantas. No entanto pouco se sabe sobre a regeneração de Florestas Tropicais Deciduais e sobre os microrganismos presentes no solo dessas florestas. Sendo assim, o objetivo desse estudo foi promover uma avaliação dos estágios sucessionais e sazonalidade que exercem influência na abundância de fungos micorrízicos arbusculares em florestas estacionais deciduais. O levantamento populacional de micorrizas foi conduzido no município de Jaíba, na região Norte do Estado de Minas Gerais na estação seca e na chuvosa em 9 parcelas demarcadas no Parque Estadual Lagoa do Cajueiro em três estágios sucessionais (inicial, intermediário e tardio), retirando-se 3 amostras compostas de cada parcela. Posteriormente foi retirado 50g de cada amostra que passaram pelos processos de extração, centrifugação, e quantificação de esporos. No geral, a abundância de esporos nas áreas amostradas apresentou uma variação de 27 a 900 esporos por 50 cm3 de solo. Os estágios sucessionais apresentaram diferentes médias de contagem de esporos sendo que o estágio inicial obteve a maior média do número de esporos, seguido pelo estágio intermediário e a menor média foi encontrada no estágio tardio que é menos perturbado. Com relação à sazonalidade, observou-se maior abundância de esporos na estação seca do que na chuvosa. Conclui-se que os estágios sucessionais apresentaram diferentes freqüências relativas na quantidade de esporos ao longo do processo de sucessão e também de acordo a sazonalidade.