27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:2153-2


Poster (Painel)
2153-2Produção de tanase por espécies de Penicillium preservadas na Micoteca URM e avaliação dos seus perfis micotoxigênicos
Autores:Cruz, R. (URM-UFPE - Micoteca URM, Universidade Federal de Pernambuco) ; Santos, C. (MUM - Micoteca da Universidade do Minho) ; Moralles-Vale, H. (MUM - Micoteca da Universidade do Minho) ; Moreira, K.A. (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco) ; Souza-Motta, C.M. (URM-UFPE - Micoteca URM, Universidade Federal de Pernambuco)

Resumo

A tanase é uma enzima envolvida na biodegradação de taninos. Esta enzima tem aplicações importantes, especialmente nas indústrias farmacêutica, alimentícia e de bebidas. Dentre os fungos filamentosos, Penicillium é reconhecido como o segundo melhor produtor desta enzima. No Brasil, os resíduos agroindustriais ricos em taninos, tais como os do umbu-cajá, fruto da umbu-cajazeira, são gerados em grandes quantidades pelas indústrias de polpas de frutas, podendo ser excelentes substratos para a produção de tanase por linhagens de Penicillium através de Fermentação em Estado Sólido (FES). Por outro lado, além de produzirem tanase, alguns isolados de Penicillium, podem produzir micotoxinas, como Citrinina (CIT), Ocratoxina A (OTA) e Patulina (PAT). Por isso, faz-se necessária a utilização de metodologias, como a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) e a ionização por dessorção a laser assistida por matriz (MALDI-TOF MS) para a detecção desses metabólitos, antes da seleção das linhagens para à sua utilização nos processos industriais. Diante do exposto, os objetivos deste trabalho foram detectar e quantificar a produção de tanase através da FES, com o uso de resíduos de umbu-cajá como substrato, por 35 linhagens pertencentes a 35 espécies de Penicillium preservadas na Micoteca URM, bem como detectara produção da CIT, OTA e PAT por estas espécies, através da utilização das técnicas de CLAE e MALDI-TOF MS.Para a detecção da produção de tanase por espécies de Penicillium, cada uma foi inoculada em frascos contendo resíduo adicionado de uma solução de sais. Após incubação por 96h a 30 ºC, o meio foi ressuspenso e filtrado para obtenção do extrato bruto enzimático. Em seguida foi avaliada a atividade de tanase através da metodologia descrita por Sharma e colaboradores em 2000. De cada espécie foi obtida um extrato para detecção da produção de OTA, CIT e PAT, através de CLAE e MALDI-TOF MS. Os 3 isolados melhores produtores de tanase foram P. minioluteum URM 6056, P. griseofulvum URM 6150 e P. purpurogenum URM 6277, com 69,43, 54,26 e 51,16 U mL-l respectivamente. Contudo, os isolados P. minioluteum URM 6046 e P. purpurogenum URM 6277 são indicados para estudos posteriores de otimização da produção de tanase. Ambos os isolados são excelentes produtores desta enzima e não produziram nenhum metabólito que a) absorva radiação na região do UV quando avaliado por CLAE e b) possua peso molecular para uma das 3 micotoxinas avaliadas por MALDI-TOF MS.