27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:2150-2


Poster (Painel)
2150-2Caracterização de cepas de Escherichia coli associadas a infecção urinárias em fêmeas suínas.
Autores:Silva, G.F.R. (USP - Universidade de São Paulo) ; Spindola, M.G. (USP - Universidade de São Paulo) ; Amigo, C.R (USP - Universidade de São Paulo) ; Ferreira, T.S.P. (USP - Universidade de São Paulo) ; Gobbi, D.D.S. (USP - Universidade de São Paulo) ; Moreno, M. (USP - Universidade de São Paulo) ; Gomes, V.T.M. (USP - Universidade de São Paulo) ; Silva, K.C. (USP - Universidade de São Paulo) ; Moreno, A.M. (USP - Universidade de São Paulo)

Resumo

Introdução: As infecções do trato urinário mais prevalentes e importantes para a suinocultura são provocadas pela microbiota fecal. Em geral, entre o microorganismos encontrado com maior frequência nestes quadros é a Escherichia coli. O patotipo de E. coli comumente relacionado a infecções urinárias é denominado UPEC e entre os fatores associados à patogenicidade deste patotipo em humanos e animais estão as hemolisinas, aerobactinas, fímbrias, cápsula, resistência ao soro e fator citotóxico necrosante. Estudos realizados com a coleção internacional de cepas de E. coli ECOR mostrou que as cepas desta espécie se distribuem em quatro grupos filogenéticos principais denominados A, B1, B2 e D. Os grupos A e B1 são formados na maioria dos estudos por cepas pertencentes a microbiota intestinal ou causadoras de diarreia. As cepas com características extra-intestinais são pertencentes em maior frequência aos grupos B2 e em menor extensão ao grupo D. No presente estudo as cepas de E. coli associadas ao quadro de cistite em fêmeas da espécie suína foram caracterizadas quanto ao perfil filogenético e a presença de genes codificadores das fímbrias FC1 e P. Materiais e métodos: Foram examinados 186 cepas de Escherichia coli isoladas de fêmeas suínas provenientes de três sistemas intensivos de produção de suínos do Estado de São Paulo. As amostras de urinas avaliadas apresentavam turbidez, odor amoniacal, coloração amarela escura, presença de sedimento e nitrito. As cepas foram avaliadas com base na amplificação dos genes ChuA, yjaA e TspE4.C2 segundo o esquema proposto por Clemont et al. (2000) e quanto a presença dos genes codificadores de fímbrias FC1 (focH) e P (pap). Discussão: Dentre as 186 cepas de E. coli avaliadas, 3 (1,6%) foram caracterizadas no grupo A, 65 (34,9%) no grupo B1, 55 (29,6%) no grupo B2 e 63 (33,9%) no grupo D. O gene focH esteve presente em 146 cepas (78,5%) e o gene pap em 108 (58%). Conclusão: A caracterização das cepas envolvidas em infecção urinária em suínos através da determinação do grupo filogenético demonstrou que 118 cepas (63,5%), apresentam potencial de sobreviver em ambientes extra-intestinais, sendo reunidas nos grupos B2 e D, e mais de 50% apresentam genes codificadores de fatores de adesão que são geralmente relacionados a este tipo de infecção em humanos e outras espécies animais. Agradecimentos: FAPESP Projeto: 011/22608-5 e CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.