27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:2145-1


Prêmio
2145-1Biorremediação in situ de solo antártico contaminado por óleo Diesel
Autores:Jesus, H.E. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Cury, J.C. (UFSJ - Universidade Federal de São João del Rei) ; Peixoto, R.S. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Rosado, A.S. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

Muitas áreas no continente antártico já sofrem efeitos diretos e indiretos da ação humana. A Península antártica faz parte da Antártica marítima e apresenta os maiores níveis de contaminação por hidrocarbonetos, metais pesados e compostos organoclorados devido à intensa atividade humana presente nas estações de pesquisa instaladas na região. O solo utilizado neste estudo foi impactado por um derramamento de 20 mil litros de óleo diesel em 1986 próximo a Estação brasileira (EACF), localizada na Ilha Rei George. Neste trabalho, um experimento de microcosmo in situ foi realizado durante o verão austral de 2011 com o objetivo de avaliar estratégias de biorremediação a partir do aumento de parte da biomassa bacteriana autóctone (uso de consórcio bacteriano, bioaumento) e também pela adição de fertilizantes (bioestímulo), separadamente e em conjunto, nos solos com contaminação crônica e recente. O consórcio bacteriano utilizou estirpes selecionadas com potencial atividade degradadora de óleo diesel. O sequenciamento de DNA revelou alta similaridade dessas estirpes com os gêneros Pseudomonas, Rhodococcus e Acinetobacter. Após 45 dias de experimento, as amostras de solo foram congeladas a -20°C e transportadas até o Brasil. As amostras foram analisadas quanto ao teor de carbono e nitrogênio total, perfil molecular (DGGE) para os genes 16S bacteriano (rrs), 16S de archaea e alkB, além da quantificação do gene 16S bacteriano (rrs) pela técnica de PCR em tempo real. O teor de nitrogênio foi consideravelmente elevado nos tratamentos com adição de fertilizante e coincidiu com a diminuição do teor de carbono, podendo ser um indício de aumento na biodegradação de hidrocarbonetos. A analise de DGGE revelou alterações significativas no perfil de fragmentos dos genes bacterianos 16S rrs e alkB, relacionadas especificamente aos tratamentos testados, diferente do que foi observado para o marcador filogenético 16S de Archaea, que parece não ter sido diretamente afetado pela contaminação. O PCR em tempo real mostrou diminuição no número de cópias do gene bacteriano 16S (rrs) em todos os tratamentos testados, quando comparados a amostra controle. As alterações nas comunidades bacterianas desses solos parecem estar relacionadas com o tipo de tratamento proposto. No momento, as analises de hidrocarbonetos estão sendo realizadas para avaliar a eficiência da degradação nos diferentes tratamentos propostos.