27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:2133-2


Poster (Painel)
2133-2Participação de LuxS na regulação da expressão de fatores de virulência em amostras de Escherichia coli enteropatogênica
Autores:Bueris, V. (IBU - Instituto Butantan) ; Culler, H.F. (IBU - Instituto Butantan) ; Ruiz, R.M. (IBU - Instituto Butantan) ; Carvalho, I.G.L (IBU - Instituto Butantan) ; Higa, J.S. (IBU - Instituto Butantan) ; Couto, S.C.F (IBU - Instituto Butantan) ; Yang, M.J. (IBU - Instituto Butantan) ; Sircili, M.P. (IBU - Instituto Butantan)

Resumo

A Escherichia coli enteropatogênica (EPEC), um dos principais agentes causadores de diarréia infantil em países em desenvolvimento, pode ser classificada como EPEC típica ou atípica. A principal característica de sua patogênese é a formação da lesão “attaching and effacing“ (A/E) no epitélio intestinal. As proteínas envolvidas na formação da lesão A/E são codificadas por genes localizados em uma ilha de patogenicidade denominada “locus of enterocyte effacement” (LEE). Alguns estudos sugerem que os genes da região LEE são regulados por “quorum sensing” e, provavelmente, os sinalizadores envolvidos nessa regulação são moléculas produzidas pela própria EPEC, assim como pelo hospedeiro, pelas espécies que constituem a microbiota intestinal e espécies transitórias. Até o momento, são conhecidos quatro sistemas de quorum sensing. O sistema que utiliza o autoindutor-2 (AI-2) é encontrado tanto em Gram-positivas quanto Gram-negativas, podendo representar um sistema de sinalização interespecífica. A molécula sinalizadora AI-2 é sintetizada pela proteína LuxS a partir de um subproduto do metabolismo da S-adenosilmetionina (SAM). O objetivo deste estudo consiste na análise da participação de LuxS na regulação da expressão de fatores de virulência em EPEC. Amostras de EPEC típica e atípica selvagens, deletadas em luxS e deletadas/complementadas com luxS foram submetidas a ensaios de interação com células epiteliais e teste de FAS, para avaliar a polimerização de actina, característica da lesão A/E. Em EPEC típica, após 3h e 6h de incubação, foi possível observar uma pequena diminuição no número de bactérias aderidas das amostras mutantes com relação às selvagens. Já em EPEC atípica, não foi observada a diminuição da adesão em células epiteliais. Porém, todas as amostras foram positivas no teste de FAS, demonstrando que mutantes em luxS são totalmente capazes de formar a lesão A/E, indicando que este fenótipo não depende da regulação por AI-2, mas provavelmente por AI-3, uma vez que sua síntese não é afetada nesses mutantes. Além disso, foram realizados ensaios em placas de agar para verificar a influência de LuxS nos padrões de motilidade das amostras. Foi observada uma pequena diminuição na motilidade das amostras mutantes com relação às selvagens, sugerindo a participação de LuxS na regulação deste fenótipo. Apoio Financeiro: Fapesp