27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:2109-1


Prêmio
2109-1Agentes neutralizantes da atividade citotóxica das toxinas de Shiga desenvolvidos através da técnica de Phage Display
Autores:Bernedo-Navarro R.A. (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) ; Miyachiro, M.M. (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) ; Barragan, T.C. (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) ; Rapelli, R.M. (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) ; Conceição, R.A. (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) ; Yano, T. (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas)

Resumo

Escherichia coli produtora de toxina de Shiga (STEC) é um patógeno importante causador de doenças em humanos. O principal fator de virulência de STEC é a produção de potentes citotoxinas que inibem a síntese protéica das células hospedeira, denominadas toxinas de Shiga (Stx1 e Stx2). As duas toxinas se ligam ao mesmo receptor celular, a globotriaosilceramida (Gb3), e exibem a mesma actividade biológica intracelular. No presente estudo, nós analisamos três peptídeos sintéticos que se ligam eficientemente ao receptor das toxinas Stx e que exibem atividade neutralizante contra a citotoxicidade induzida pelas toxinas de Shiga in vitro. Os peptídeos foram desenvolvidos através da técnica de Phage Display. Foram realizados três rounds de seleção com Gb3 imobilizado. Foram utilizadas bibliotecas de fagos M13 que apresentam heptapeptídeos que formam um loop estrutural e dodecapeptídeos lineares expressos na superfície dos fagos. Os ensaios de competição mediante ELISA mostraram que o peptídeo sintético P-12-26 competiu eficientemente com Stx2 na ligação a Gb3 in vitro. Além disso, os peptídeos PC7C-12, P12-26 e PC7C-30 inibiram a citotoxicidade causada pelo sobrenadante celular de STEC O157:H7 (Stx1+ e Stx2+) e das toxinas Stx1 e Stx2 purificadas em células Vero. Também observamos que o peptídeo PC7C-30 que forma um loop e o peptídeo PhD12-26 que é linear produziram as maiores porcentagens de inibição de Stx1 e Stx2 em células Vero, respectivamente. Os peptídeos desenvolvidos exibiram maior atividade neutralizante da toxina Stx2 in vitro quando comparado com Stx1. Nossos resultados indicam que os peptídeos PhD12-30-30 e PhDC7C são candidatos promissores para o desenvolvimento de agentes terapêuticos contra as doenças causadas por STEC em seres humanos, principalmente porque os quadros clínicos mais severos estão associados á atividade biológica da toxina Stx2.