Resumo

O consultório odontológico é uma área contaminante e contaminada ao mesmo tempo, pois aerossóis contendo microrganismos, alérgenos ou materiais potencialmente tóxicos permanecem no ar durante a maioria dos procedimentos odontológicos. Os aerossóis são partículas sólidas ou líquidas de até 50 μm de diâmetro e essas podem permanecer suspensas no ar por longos períodos, podendo contaminar superfícies, instrumentos e as pessoas expostas a esses aerossóis. O presente estudo objetivou avaliar os aerossóis fúngicos em cadeiras odontológicas de uma clínica escola de Maceió, Alagoas. Esta clínica possui um total de 60 consultórios, onde se encontram as cadeiras que foram analisadas neste estudo. Foram coletadas 200 amostras de quatro pontos diferentes em 10 cadeiras odontológicas utilizando placas para superfície contendo o meio ágar Sabouraud e ou ágar Batata dextrose. O isolamento dos fungos foi realizado pressionando delicadamente a convexidade do meio de cultura, presente nas placas diretamente sobre a superfície da cadeira, pelo período de tempo de um minuto. A identificação foi baseada nas características macro e micromorfológicas das culturas. As coletas foram realizadas antes e após a desinfecção das cadeiras com álcool a 70%. Entre os gêneros isolados, Aspergillus foi o mais frequente com 167 (37,1%) UFC, seguido pelos gêneros Cladosporium com 60 (13,3%) UFC, Penicillium com 55 (12,2%) UFC, Candida 35 (7,8%) UFC, Rhodotorula com 28 (6,2%) UFC entre outros gêneros com frequências inferiores a 1,8% do total de colônias isoladas. Conclui-se que, as superfícies das cadeiras odontológicas estão contaminadas, sendo a região do assento e o apoio para os pés as áreas mais infectadas. O microrganismo encontrado em maior concentração nas superfícies analisadas foi o fungo Aspergillus flavus e o álcool etílico a 70% mostrou efetividade na redução de todos os microrganismo.