27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:2102-2


Poster (Painel)
2102-2Detecção de Campylobacter termófilos em granjas comerciais de frangos de corte
Autores:Vaz, C.L.S. (CNPSA - Embrapa Suínos e Aves) ; Voss-Rech, D. (CNPSA - Embrapa Suínos e Aves) ; Pozza, J.S. (UNC - Universidade do Contestado) ; Silva, V.S. (CNPSA - Embrapa Suínos e Aves)

Resumo

As espécies termófilas de Campylobacter (C.) causam a campilobacteriose, uma das doenças transmitidas por alimentos mais prevalentes em diversos países. O principal fator de risco para a infecção humana é a ingestão de carne de frango contaminada e inadequadamente cozida. Essas espécies colonizam o intestino das aves, nas quais não causam doença clínica ou perdas produtivas. Contudo, são relevantes para a avicultura de corte sob o ponto de vista da segurança dos alimentos, já que podem contaminar a carne durante o abate e processamento. A determinação da prevalência de Campylobacter nos lotes de frangos de corte é importante para direcionar medidas de redução da colonização das aves na idade pré-abate. O objetivo desse trabalho foi identificar a frequência e as espécies de Campylobacter termófilos presentes em lotes comerciais de frangos de corte. Foram amostrados dezoito lotes de frangos de corte a partir de três semanas de idade em integrações no Sul do Brasil, dos quais foram colhidas amostras de fezes (36), suabes de cloaca (36), suabes de arrasto (36) e cama de aviário (36). O material foi transportado ao laboratório sob refrigeração e analisado imediatamente após o recebimento. As amostras foram submetidas ao cultivo direto em Ágar Preston contendo antimicrobianos seletivos, sendo incubadas em microaerofilia a 41,5°C por 24h a 48h. As colônias Gram negativas com aspecto em espiral ou curvo foram subcultivadas em Ágar Sangue n° 2 e submetidas aos testes de catalase, oxidase, hidrólise do hipurato de sódio e do acetato de indoxil. O isolamento bacteriológico e a caracterização bioquímica identificaram somente as espécies C. jejuni e C. coli nas amostras analisadas.C. jejuni foi isolado nas amostras de fezes (31/36, 86,1%), cama de aviário (23/36, 63,9%), suabe de arrasto (22/36, 61,1%) e suabe de cloaca (21/36, 58,3%). Por outro lado, C. coli foi isolado somente de suabes de cloaca (1/36; 2,8%) e fezes (1/36; 2,8%). Esses dados mostram a maior frequência de C. jejuni em frangos de corte em relação a C. coli. Embora C. jejuni seja a espécie mais envolvida nos casos de campilobacteriose de origem alimentar, as demais espécies termófilas são também consideradas relevantes. A frequência de Campylobacter identificada nas granjas amostradas sugere a necessidade de estudos complementares voltados à identificação das fontes de contaminação das aves e de seu impacto para segurança microbiológica da carne de frango.