27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:2098-1


Poster (Painel)
2098-1Formação de biofilme por EPEC atípica (EPECa) em dispositivo de Calgary e em placa de microtitulação sob diferentes condições de cultivo.
Autores:Mota, C.M. (IBU BACTERIOLOGIA - Instituto Butantan) ; Culler, H.F. (IBU GENÉTICA - Instituto Butantan) ; Abe, C.M. (IBU BIOLOGIA CELULAR - Instituto Butantan) ; Sircili, M.P. (IBU GENÉTICA - Instituto Butantan) ; Franzolin, M.R. (IBU BACTERIOLOGIA - Instituto Butantan)

Resumo

EPECa tem sido caracterizada como o principal agente bacteriano que causa diarreia aguda em crianças de países em desenvolvimento. Biofilmes são estruturas formadas por microrganismos imersos em matriz extracelular sobre superfícies, estando associados à persistência bacteriana. Placas de microtitulação de poliestireno (MTP) de fundo chato têm sido amplamente utilizadas em ensaios de formação de biofilme, devido seu baixo custo e praticidade. O dispositivo de Calgary (MBEC - “Minimum biofilm eradication concentration”) vem sendo empregado em ensaios frente à antimicrobianos e para verificar a formação de biofilme. O objetivo desse estudo foi comparar esses dois tipos de base em ensaios de formação de biofilme por seis amostras de EPECa, através de ensaio colorimétrico com cristal violeta. As amostras foram incubadas a 26° C e 37° C durante 72 horas em condições quase estáticas, nos meios LB, LB sem NaCl, meio mínimo M9 e caldo E. coli(/i). As amostras foram capazes de formar biofilme em MTP e em MBEC, destacando-se as amostras BA4157, LB5.10 e LB3.25, principalmente em LB sem NaCl e em caldo E. coli. 71% das amostras formaram mais biofilme a 26° C, salientando a capacidade de permanência no meio ambiente. O material analisado em MTP é formado por bactérias planctônicas que se agregam e se depositam no fundo juntamente com o biofilme, não diferenciando essas duas estruturas. Tal fato poderia explicar a maior formação de biofilme em MTP por 3 amostras em caldo E. coli. Já em placa MBEC, as bactérias formam biofilme na superfície dos pinos e são embebidos pelo meio de cultivo, limitando-se ao estudo do real biofilme. A formação de biofilme (DO a 595 nm) em MTP variou de 0,120 a 3,408 enquanto que em MBEC variou de 0,040 a 3,397, com certa similaridade entre as bases. Através de microscopia eletrônica de varredura de amostras representativas, verificamos um número maior de bactérias aderidas na parte superior do pino, apresentando menor aderência na extremidade inferior do pino. As amostras de EPECa apresentaram formação heterogênea de biofilme e a maioria das amostras pode ter sua real capacidade de formar biofilme verificada através do emprego de MBEC. Adesinas ou outras estruturas podem estar atuando de formas diferentes entre as amostras e em cada condição de cultivo, ocasionando fenótipos diferentes. Apoio financeiro: CAPES e CNPq.