Resumo

Mastite é uma inflamação da glândula mamária, geralmente causada pela infecção por diversos tipos de microrganismos, principalmente bactérias. É a doença mais importante dos rebanhos leiteiros em todo o mundo devido à alta incidência de casos clínicos, de infecções subclínicas e aos prejuízos econômicos que acarreta. Staphylococcus aureus está entre os microrganismos mais comumente isolados em mastite subclínica e clínica bovina, sendo muito prejudicial para os tecidos produtores de leite devido à liberação de toxinas, além de ser de difícil tratamento. O presente estudo objetivou avaliar a prevalência de S. aureus isolados de amostras de leite de vacas com mastite bovina de propriedades do município de Monte Alegre de Sergipe-SE, bem como a respectiva susceptibilidade a antimicrobianos, no período de março a junho de 2013. Foi realizado o Califórnia Mastite Teste (CMT) para identificar vacas leiteiras com mastite subclínica. Todas as amostras positivas no CMT, bem como as provenientes de mastite clínica foram coletadas para investigação microbiológica. Foram determinadas a frequência de isolados de S. aureus e a susceptibilidade a antimicrobianos pelo método de difusão com discos. Do total de 15 amostras de leite coletadas, 13(87%) foram positivas no CMT e 2(13%), por diagnóstico clínico. Em 9(60%) destas amostras foram isoladas 34 cepas de S. aureus, todas sensíveis à amoxicilina/ácido clavulânico, clindamicina, gentamicina, imipenem, teicoplamina, vancomicina, sulfazotrim, ampicilina/sulbactram, oxacilina e cefoxitina. Foi verificada resistência à tetraciclina em 14(41,2%) dos isolados; resistência intermediária à tetraciclina em 1(2,9%); à eritromicina em 11(32,3%) e, à ciprofloxacina, em 4(11,8%). Não foram detectadas cepas Staphylococcus aureus meticilina resistentes (MRSA) nem resistência constitutiva induzida por clindamicina. Os resultados demonstraram baixa resistência a antimicrobianos dentre os isolados em comparação com o disposto na literatura,com exceção à tetraciclina, amplamente utilizada nas propriedades do presente estudo. Recomenda-se a determinação do patógeno, o monitoramento da resistência deste, a escolha apropriada e utilização correta de antimicrobianos no tratamento da mastite, para que seja possível identificar problemas no rebanho e tomar decisões a respeito de casos individuais. A adoção de um programa de controle em todos os rebanhos certamente culminará na redução dos níveis da doença em Sergipe.