Resumo

O cultivo in vitro de fungos busca determinar suas condições ótimas de crescimento quanto a meios de cultura, temperatura e tempo de incubação. A escolha do meio de cultura sólido para avaliação de crescimento é considerada adequada, visto que na natureza os fungos desenvolvem-se em substratos sólidos, como resíduos vegetais e animais ou no solo. Os estudos referentes ao tempo de desenvolvimento micelial em diferentes meios de cultura são essenciais para o sucesso de isolamentos. Assim, o meio adequado é aquele no qual o desenvolvimento micelial ocorre com maior rapidez. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o tempo de crescimento micelial de Pleurotus ostreatus e Boletus sp. em três meios de cultura. O desenvolvimento micelial dos basidiomicetos foi avaliado nos meios Malte-Ágar, GLP e AEMP. Discos de micélio com 6 mm de diâmetro foram inoculados em placas de Petri contendo os meios previamente preparados. As placas foram mantidas em BOD a 25 ºC e as medições do crescimento radial das culturas foram realizadas a partir do segundo dia de crescimento e, posteriormente, a cada 24h, até que a colônia atingisse a borda da placa de Petri. O tempo de desenvolvimento micelial de cada espécie foi determinado através da média de cinco repetições. Além disso, também foi estimado o índice de velocidade de crescimento micelial (IVMC). As médias obtidas do tempo de desenvolvimento do micélio e do IVMC foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância. O desenvolvimento do micélio de P. ostreatus levou 10 dias para atingir a borda da placa de Petri (90x15 mm) em meio Malte-ágar, 9 em meio GLP e 8 em AEMP. O IVMC obtido foi de 2,32 em Malte-ágar, 2,66 em GLP e 2,99 em AEMP. O tempo de desenvolvimento de Boletus sp. foi o mesmo para os três meios, levando 9 dias para atingir a borda da placa de Petri. O IVMC obtido foi de 2,03 em Malte-ágar, 2,12 em GLP e 2,19 em AEMP. Sendo assim, o meio de cultura AEMP foi o mais adequado para o desenvolvimento micelial de P. ostreatus e Boletus sp.