27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:2080-1


Poster (Painel)
2080-1Ocorrência de Adenovírus no Esgoto da cidade de São Paulo no período de 2005 a 2006
Autores:Moura, EMM (ICB - USP - Instituto de Biomedicas II - Universidade de São Paulo) ; Garrafa, P. (ICB - USP - Instituto de Biomedicas II - Universidade de São Paulo) ; BARRELA, K.M. (ICB - USP - Instituto de Biomedicas II - Universidade de São Paulo) ; MONEZI, T.A.; (ICB - USP - Instituto de Biomedicas II - Universidade de São Paulo) ; MEHNERT, D.U. (ICB - USP - Instituto de Biomedicas II - Universidade de São Paulo)

Resumo

O adenovírus é considerado o segundo agente em significância com relação aos casos de gastroenterite em crianças menores de 5 anos, atrás dos rotavírus. Até o momento são reconhecidos 52 tipos, associados principalmente com quadros respiratórios, alguns com conjuntivite e apenas os membros da espécie F (tipos 40 e 41)estão associados à gastroenterite. Todos são capazes de multiplicar no intestino delgado e consequentemente são excretados pelas fezes dos indivíduos infectados em elevadas concentrações. O objetivo do presente estudo foi determinar a circulação de adenovírus em esgoto bruto da cidade de São Paulo no período de janeiro de 2005 à novembro de 2006. Um total de 177 amostras de esgoto bruto foi coletado quinzenalmente em uma estação de tratamento de esgoto da cidade de São Paulo. Para as análises virais foram coletados 15 litros de esgoto bruto por amostra e os vírus concentrados por filtração em membrana eletropositiva (ZP60S)e reconcentrados por ultracentrifugação. Em seguida, os concentrados virais foram tratados com Vertrel-XF e o material genético extraído com Trizol-clorofórmio. Os Adenovírus foram detectados por PCR, seguido de nested-PCR e, caracterizado por restrição enzimática do produto de PCR. Todas as amostras positivas nas reações de PCR/nested-PCR foram submetidas aos ensaios de infectividade viral em células HEp-2 para visualização de efeito citopático (ECP). Adenovírus foram detectados em 143 (80,8%) amostras, das quais 111 (62%)foram caracterizadas como Adenovírus Humano espécie F. Dentre as 143 amostras de esgoto bruto, 103 (72%)apresentaram ECP sugestivo de adenovírus, sendo 76 (53%) logo na primeira passagem em cultura celular, 19 (13%) na segunda passagem e 5 (6%) apenas na terceira passagem. A presença destes vírus no esgoto ao longo de todo o período amostrado corrobora os dados que os colocaram na lista de candidatos a indicadores virais. Além disso, o esgoto não tratado favorece a disseminação viral no meio ambiente e consequentemente na população. Instituição de Fomento: FAPESP - USP.