27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:2067-1


Poster (Painel)
2067-1Interação do fungo termodimórfico Paracoccidioides brasiliensis com a lepidóptera Galleria mellonella
Autores:Frazão, S.O. (UCB - Universidade Catolica de Brasilia) ; Nicola, A.M. (UCB - Universidade Catolica de Brasilia) ; Albuquerque, P. (UCB - Universidade Catolica de BrasiliaUNB - Universidade de Brasilia)

Resumo

Introdução: O Paracoccidioides brasiliensis é um fungo termodimórfico causador da paracoccidioidomicose (PCM), uma doença granulomatosa endêmica na América Latina. Existem modelos murinos bem definidos para o estudo da infecção por P. brasiliensis, mas ensaios de sobrevivência nesses modelos duram entre 90 e 180 dias dependendo da linhagem de fungo utilizada. O nosso objetivo é estabelecer Galleria mellonella, uma lepidóptera da família Pyralidae como modelo animal para a infecção com P. brasiliensis. As larvas dessa espécie já vêm sendo usadas em estudos de patogenia e virulência de bactérias e fungos reproduzindo bem dados obtidos com hospedeiros mamíferos. Esse modelo conta com uma serie de vantagens como o baixo custo e a praticidade e além de seu uso ser eticamente mais aceitável do que o trabalho com hospedeiros mamíferos. Materiais e métodos: Larvas de G. mellonella foram infectadas com diferentes inóculos de P. brasiliensis (Pb18, Pb 265) e P. lutzii (PB01) incubadas a 37°C e observadas diariamente. As curvas de sobrevivência foram construídas com o software GraphPad prism 6 usando-se o modelo de Kaplan-Meier. Células do fungo foram recuperadas dos tecidos de lagartas mortas após homogeneização dos tecidos em PBS e diluição seriada em placas de meio BHI (4% soro de cavalo e 5% de meio condicionado de Pb 192). Resultados e discussão: Todas as linhagens de P. brasiliensis e P. lutzii utilizadas foram capazes de matar G. mellonella em intervalos de aproximadamente duas semanas, dependendo do inóculo utilizado. Não observamos uma diferença significativa no tempo de sobrevivência das larvas após a infecção com as diferentes espécies e linhagens nas condições utilizadas. Inóculos de 106 células foram escolhidos para experimentos posteriores por matarem as larvas em um tempo menor e diminuírem a chance de formação de pupas durante o experimento. Fungos recuperados de larvas mortas foram usados em novos ensaios de infecção e mataram as lagartas em um intervalo de tempo significativamente menor sugerindo que as lagartas podem ser utilizadas para reverter a atenuação induzida pelo cultivo prolongado do fungo in vitro. Conclusões: Nossos resultados demonstram que G. mellonella pode ser usada como um modelo experimental alternativo para a PCM. Pretendemos continuar a avaliação da interação do fungo com as larvas desse inseto utilizando diferentes temperaturas de incubação pós-infecção e avaliando a sobrevivência do fungo por ensaios de formação de colônias.