27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:2065-1


Poster (Painel)
2065-1Modulação do pH para produção de pectinases por Aspergillus oryzae
Autores:Meneghel, L. (UCS - Universidade de Caxias do Sul) ; Reginatto, C. (UCS - Universidade de Caxias do Sul) ; Reis, G. P. (UCS - Universidade de Caxias do Sul) ; Carra, S. (UCS - Universidade de Caxias do Sul) ; Malvessi, E. (UCS - Universidade de Caxias do Sul) ; Silveira, M. S. (UCS - Universidade de Caxias do Sul)

Resumo

As pectinases são enzimas capazes de degradar substâncias pécticas, sendo úteis nas indústrias de óleos vegetais, têxtil, de celulose e papel e, especialmente, na indústria de alimentos. Nesta última, as pectinases são aplicadas na maceração de polpas de frutas, na extração e clarificação de sucos e na clarificação de vinhos. A produção destas enzimas por fungos filamentosos, como o Aspergillus oryzae, é fortemente influenciada pela composição do meio e por diferentes parâmetros de processo. O pH atua sobre o crescimento, a composição do complexo enzimático e a atividade. Neste trabalho, avaliou-se o efeito do pH do meio sobre o processo conduzido com A. oryzae IPT-301. O microrganismo utilizado foi A. oryzae IPT-301. O meio de cultivo era composto por extrato de farelo de trigo, glicose, pectina, extrato de levedura e sais. Os ensaios foram realizados em biorreator de bancada (Biostat B, B. Braun Biotech), com 3,5L de meio, a 28°C, a 450 rpm e 0,45vvm. O pH foi controlado com NaOH 2,5M e HCl 2M. As condições avaliadas foram: i) pH 4,0 constante; ii) pH 2,7 constante; iii) pH inicial ajustado em 4,0 e controlado em mínimo de 2,7 até atingir naturalmente este valor. O crescimento celular foi avaliado por gravimetria, os açúcares redutores totais, pelo método DNS após hidrólise ácida, e a atividade de pectinases foi estimada a partir da redução de viscosidade de uma solução padrão de pectina. Verificou-se que em pH mantido em valor 4,0 durante todo cultivo foram obtidos maiores valores de biomassa (8g/L) e, o cultivo mantido em pH 2,7 mostrou-se desfavorável ao crescimento celular, atingindo biomassa máxima de 3,8g/L em 24h de processo. Quanto às velocidades de crescimento celular, os máximos valores obtidos foram 0,47, 0,19 e 0,13h-1 para cultivo em pH 4,0 constante, pH inicial ajustado em 4,0 e controlado em mínimo de 2,7 e pH 2,7, respectivamente. Estes resultados indicam que, entre as condições testadas, o crescimento celular é fortemente favorecido em pH 4,0; no entanto, neste ensaio a produção de pectinases foi praticamente nula, sugerindo que a formação das enzimas não ocorre em associação ao crescimento celular. Já nas demais condições, atividades da ordem de 28U/mL (pH inicial 4,0 e mantido em mínimo de 2,7) e 24U/mL (pH constante em 2,7) foram estimadas. Os resultados confirmam que, também para A. oryzaeIPT-301, o pH é um parâmetro crítico a ser controlado no processo, tanto para o crescimento celular quanto para a produção de pectinases.