27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:2059-2


Poster (Painel)
2059-2Perfil de virulência de Vibrio parahaemolyticus isolados no Brasil e sua relevância em nosso meio
Autores:SOUZA, R.L. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz) ; ROGES, E.M. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz) ; RODRIGUES, M.S. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz) ; COSTA, R.G. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz) ; RODRIGUES, E.C.P. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz) ; SICILIANO,S. (FIOCRUZ / ENSP - Fundação Oswaldo Cruz) ; VIEIRA, C.R.W. (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; VIEIRA, R.H.S.F. (LABOMAR - Instituto de Ciências do Mar - UFC) ; RODRIGUES,D.P. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz)

Resumo

Vibrio parahaemolyticus ocorre naturalmente em ambientes marinhos, revestindo-se de importância em saúde publica pelo seu envolvimento em casos de gastroenterite aguda no homem, principalmente, após o consumo de pescado. Sua casuística vem aumentando globalmente com notificação de surtos em diversos países após o consumo de mariscos submetidos à cocção insuficiente ou mesmo, ausente. Também vem sendo responsabilizado por determinar infecções em feridas após exposição à água do mar contaminada e ocasionalmente, por septicemia primária, sem foco evidente de infecção. Assim, objetivou-se neste estudo, avaliar diferentes características feno e genotípicas de relevância em saúde pública em 175 cepas de Vibrio parahaemolyticus isoladas de fontes animal, ambiental e alimentar, em diferentes regiões do país e recebidas pelo LABENT/IOC/FIOCRUZ no período de janeiro/2010 e janeiro/2012, para complementação diagnóstica. As cepas foram submetidas a caracterização antigênica (O e K), perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos por disco-difusão e determinação fenotípica da virulência, através da avaliação da capacidade de produção da urease e efetuada, por PCR multiplex, a pesquisa dos genes de virulência tdh e trh. Os resultados revelaram que 2,9% e 32,6% das cepas foram positivas para os genes tdh e trh, respectivamente assinalando-se que a produção de urease foi detectada em 33,3% das cepas trh positivas. Elevado percentual de resistência foi observado para AMP (92%); percentuais inferiores foram obtidos para FOX, NAL, SXT e NIT (1,7% cada) e CAZ e TCY (1,1%). Foi possível a identificação de 22 diferentes sorotipos, com maior frequência do O2:K28 (7 cepas), O3:K6 (6) e O1:K1 (5), destacando-se o sorotipo pandêmico O3:K6, em cinco cepas isoladas de fonte ambiental (água marinha) e uma de alimento (ostra), todos da região Sul do país. Os resultados obtidos refletem a importância de um contínuo monitoramento deste patógeno em nosso meio de modo a favorecer a identificação dos perigos existentes e fornecer informações relevantes para os serviços de vigilância sanitária.