27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:2059-1


Prêmio
2059-1Aspectos preditivos de importância da virulência e resistência antimicrobiana de Aeromonas hydrophila e A. caviae
Autores:ROGES, E.M. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz) ; SOUZA, R.L. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz) ; RODRIGUES, M.S. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz) ; COSTA, R.G. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz) ; RODRIGUES, E.C.P. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz) ; TABOSA, T.J.C. (LACEN - PE - Laboratório Central de Pernambuco) ; CAVALCANTI, V.O. (LACEN - PE - Laboratório Central de Pernambuco) ; MAGALHÃES, H. (PESAGRO - Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro) ; SICILIANO, S. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz) ; RODRIGUES, D.P. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz)

Resumo

Aeromonas spp. são ubíquos e autóctones no ambiente aquático, podendo estar associados a numerosas infecções em humanos e animais. Apesar da grande heterogeneidade do gênero, A. hydrophila , A. caviae e A. veronii biotipo sobria são as espécies mais comumente envolvidas em infecções no homem, sendo A.caviae apontada como a mais frequente no Brasil. Considerando que a patogenicidade de Aeromonas é multifatorial e inclui mecanismos complexos e vários fatores de virulência, objetivou-se avaliar, por métodos feno e genotípicos, a virulência e resistência antimicrobiana em 57 cepas de A.caviae isoladas de fontes humana (23), animal (33) e ambiental (1) e 63 cepas de A. hydrophila (20, 39 e 4, respectivamente), em diferentes regiões do país, recebidas pelo LABENT/IOC/FIOCRUZ no período de janeiro/2008 a julho/2012, para complementação diagnóstica. Para a avaliação fenotípica da virulência, foi pesquisada a capacidade de produção de elastase, colagenase, hemolisina e DNAse. Adicionalmente foram pesquisados, por PCR , genes para a produção de hemolisina (hlyA/aerA) , enterotoxinas (act/alt) lipase (lip/gcat) e dnase bem como, genes de resistência aos aminoglicosideos e quinolonas (qnrA, qnrB e qnrS) . Os resultados revelaram positividade para colagenase (13,3%), elastase (10,8%), DNAse (97,5%), atividade hemolítica (62,5%) e os genes aerA (40,8%) e hlyA (40%), act (19,2%), alt (17,5%), lip (35,8%) e gcat (37,5%), destacando-se os perfis de virulência hlyA,dnase,gcat,hem em 14 cepas, aerA,dnase,lip,act,hem (9) e aerA,hlyA,dnase,lip,act,hem em 8 isolados, todas de origem animal. Por outro lado, entre aquelas de origem humana, houve maior variabilidade nos perfis de virulência detectados. Resistência a CTX foi detectada em 13,3% das cepas, seguido de NAL (12,5%), AMK (11,7%), SXT e TCY (7,5%), GEN e CIP (3,3%), CAZ e CHL (1,7%) e sensibilidade absoluta a NIT, destacando-se perfis de multirresistência AMK,NAL,GEN,TCY,CTX e AMK,NAL,GEN,SXT,TCY,CIP,CTX em duas cepas de A. hydrophila de fonte humana. Em nenhum dos isolados foram detectadas as variantes do gene qnr , enquanto 21,4% foram positivas para aac(6’)-Ib-cr . A variabilidade genética de sua virulência bem como a resistência a drogas de ultima geração, são fatores de risco dada a possibilidade de intercâmbio ambiental e transferência gênica, apontando de modo preditivo sua relevância em saúde pública.