27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:2051-1


Poster (Painel)
2051-1Monitoramento de V. cholerae em águas residuárias de Porto Alegre/RS - 2000 a 2012
Autores:Thewes,M.R (DMAE - Departamento Municipal de Águas e Esgoto) ; Alves, A.m.O. (DMAE - Departamento Municipal de Águas e Esgoto) ; BOTH, J.M.C (FEPPS/IPB-LACEN/RS - Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde) ; HAAS, S (FEPPS/IPB-LACEN/RS - Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde) ; LONGARAY,S.M (FEPPS/IPB-LACEN/RS - Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde) ; RAMOS, R.C (FEPPS/IPB-LACEN/RS - Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde) ; SOEIRO, M.L.T (FEPPS/IPB-LACEN/RS - Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde) ; NORONHA,E. (FEPPS/IPB-LACEN/RS - Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde)

Resumo

A cólera é uma doença infecciosa intestinal aguda causada pela enterotoxina do Vibrio cholerae O1 (biotipos clássico e El Tor ,1961) e O139 (conhecido como “bengal”,1992) de transmissão predominantemente hídrica. A ameaça sanitária representada pela 7ª pandemia de cólera que atingiu o Brasil em 1991 resultou na necessidade de monitoramento deste patógeno. O Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) em conjunto com o IPB-LACEN/RS, vem realizando desde 1991 este monitoramento, com o objetivo de detectar a entrada do V. cholerae toxigênico em Porto Alegre. O presente estudo visa apresentar os resultados do monitoramento contínuo e sistemático de V. cholerae em águas residuárias. Foram coletadas 1241 amostras de janeiro de 2000 a dezembro de 2012, em locais estrategicamente definidos segundo critérios epidemiológicos. Os pontos de coleta são: Estação de Bombeamento da Ponta da Cadeia EBE-PC (rodoviária), Estação de bombeamento de Esgoto baronesa do Gravataí EBE-BG (hospitais), Estação de Tratamento de Esgoto São João Navegantes-ETE SJN (aeroporto) e Casa de bombas nº 10 do Departamento de Esgotos Pluviais-DEP (via de transporte de carga). As análises e o isolamento do V. cholerae foram processadas segundo metodologia do Ministério da Saúde. As culturas suspeitas para V. cholerae são enviadas para a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), laboratório de referência para identificação, determinação de sorotipo e toxigenicidade. Das 1241 amostras de água residuárias analisadas, 17,16% apresentaram resultado suspeito para V. cholerae, sendo que 152 tem identificação pela FIOCRUZ. Deste total de cepas identificadas, 45,4% foram confirmadas como V. cholerae não O1 não O139. Os percentuais da presença de Vibrio spp. por ponto de coleta para o período considerado foram: na EBE-PC 30,12%, na EBE-BG 19,47%, na ETE SJN 16,67% e na CB 10 18,49%. Não foi detectada a presença de V. cholerae O1 ou O139, porém a permanência do Vibrio spp e do Vibrio cholerae não toxigênico ao longo do período avaliado demonstra a necessidade de manutenção deste monitoramento. Deve ser dada atenção aos serviços de saúde, ao sistema de vigilância epidemiológica e às condições de saneamento ambiental a fim de não permitir a instalação e disseminação deste patógeno.