Resumo

Técnicas tradicionais de microbiologia como cultura em meio seletivo e complementação com testes bioquímicos e sorológicos são normalmente utilizadas para isolamento, identificação e biotipagem bacteriana. Nas últimas décadas porém, o emprego de técnicas moleculares, como a PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), para identificação de patógenos em alimentos vem aumentando, principalmente por sua alta sensibilidade e rapidez na obtenção dos resultados. A fim de confirmar a presença de patógenos em carne e víscera de caranguejos coletados em manguezais da Baía de Guanabara, RJ, cepas de Salmonella spp, Vibrio spp. e Escherichia coli identificadas previamente por testes bioquímicos (LIA, TSI e uréia para Salmonella spp.; oxidase, inositol, OF e O129 para Vibrio spp. e IMViC para E. coli), foram submetidas à técnica do PCR utilizando iniciadores específicos para estes patógenos. Enquanto os resultados dos testes bioquímicos levaram de 7 a 10 dias para serem obtidos, os resultados pela técnica de PCR foram obtidos em 24 horas. Das vinte e cinco cepas identificadas previamente como Escherichia coli, somente três foram confirmadas por PCR. Apenas setenta e oito das cento e cinquenta e duas cepas identificadas previamente como Vibrio spp. foram confirmadas por PCR e nenhuma das seis cepas identificadas como Salmonella spp. foi confirmada por esta técnica. Os resultados demonstram que a técnica de PCR apresentou maior sensibilidade e especificidade para detecção de patógenos na carne e víscera dos caranguejos amostrados, além de menor tempo para obtenção dos resultados. Tais resultados indicam que apesar das técnicas padrões de microbiologia ainda serem os métodos oficias de análise de sanidade em alimentos as técnicas moleculares podem ser uma ótima ferramenta para complementar tais análises.