27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:2021-1


Poster (Painel)
2021-1Avaliação da formação de células persisters em isolados nosocomiais de Acinetobacter baumannii frente à polimixina B
Autores:Barth Jr, V.C. (PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) ; Bonatto, G.D. (PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) ; Rodrigues, B.A. (PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) ; Gallo, S.W. (PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) ; Pagnussatti, V.E. (HSL-PUCRS - Hospital São Lucas da PUCRS) ; Ferreira, C.A.S. (PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) ; Oliveira, S.D. (PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul)

Resumo

O Acinetobacter baumannii é um patógeno oportunista bastante associado com infecções nosocomiais de difícil tratamento, tais como: pneumonia, infecção de trato urinário e sepse. Além da resistência a drogas antimicrobianas, outra explicação para a falha da terapia antimicrobiana, principalmente em infecções crônicas, é a presença do fenótipo de persistência. Este fenótipo se caracteriza pela capacidade de células sensíveis a antimicrobianos permanecerem viáveis mesmo após a administração de doses elevadas destas drogas. Tais células remanescentes são chamadas de células persisters, e se distinguem de células resistentes principalmente pelo fato de não apresentarem mecanismos de resistência à droga em questão e apresentarem baixa taxa reprodutiva. A persistência já foi relatada em diferentes espécies filogeneticamente distantes, como Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Vibrio cholerae, Mycobacterium tuberculosis e Staphylococcus aureus. Porém, até o momento, não havia relatos de observações desta característica em isolados de A. baumannii. Portanto, o objetivo deste trabalho foi determinar a capacidade de manifestação do fenótipo de persistência de isolados clínicos de A. baumannii frente à exposição à polimixina B. A capacidade de formação de células persisters foi avaliada em 44 isolados de A. baumannii sensíveis à polimixina B (MIC < 4 µg/mL) provenientes de amostras obtidas de janeiro a setembro de 2012 em um hospital universitário do Sul do Brasil. Os isolados foram cultivados em meio LB por 18h, o qual foi adicionado polimixina B a uma concentração final de 15 µg/mL. Após 6h de incubação a temperatura ambiente, as células persisters foram lavadas com solução salina a 0,85% e quantificadas por diluição seriada decimal e posterior cultivo em agar nutriente. Dos 44 isolados testados, apenas 3 não apresentaram formação detectável de células persisters, evidenciando a presença do fenótipo de persistência em A. baumannii frente à exposição à polimixina B e indicando uma prevalência elevada desta característica nos isolados. Além disso, pode-se observar uma grande variação da subpopulação de células persisters dentre os isolados analisados, compreendendo de 0,005% a 10% da população inicial pré-tratamento. Apoio financeiro: CAPES.