Resumo

As bactérias do gênero Vibrio se tornaram rapidamente um modelo de estudo sobre o sistema integrons/ genes cassetes cromossômicos em função do gênero conter quase todos os elementos genéticos móveis, tornando-se modelo atraente para o estudo do seu genoma. Com base na informação citada, a presente pesquisa teve como objetivo detectar classe1 de integrons e genes cassetes de resistência em víbrios isolados da hemolinfa de camarão Litopenaeus vannamei cultivados em quatro fazendas do Estado do Ceará. As 25 estirpes de Vibrio spp. testadas foram isoladas de amostras de hemolinfa de carmarão Litopenaeus vannamei e fazem parte da coleção bacteriológica do Laboratório de Microbiologia Ambiental e do Pescado/LABOMAR. Para a detecção de classe 1 de integrons e genes cassete no DNA cromossômico das estirpes de Vibrio foram utilizados os seguintes primes: in (região conservada e variável do integron), int1(classe 1 de integrons), 3’ CS da classe 1 de integron composta pelos genes sul1 (resistência sulfazotrim) e qacE∆1( resistência a quartenario de amônio) e o gene cassete blaP1 (resistência para β-lacatâmico) e ereA2 (resistência para eritromicina). As condições de termociclagem seguiram as recomendações de Aarestrup et al. (1996) com modificações. Em relação ao DNA plasmidial, somente 9/25 estirpes foram testas seguindo o protocolo estabelecido por Szczepanowski et al. (2009). A partir da extração do DNA total das 25 estirpes de Vibrio com perfil de resistência múltipla, foi observado que 32% (8) dos isolados apresentaram o gene (intI1) que detecta classe 1 de integrons, e somente uma estirpe apresentou o gene cassete blaP1. Já nos plasmídios esse percentual foi de 100%, com presença de genes cassetes blaP1 em 44,4% isolados e ereA2 em 100%. A detecção de classe 1 de integrons no DNA total e em plasmídios em víbrios isolados da hemolinfa de camarões pode representar uma ameaça para o ambiente aquático, uma vez que, esse elemento genético pode ser transferido para outros micro-organismos. A presença de genes cassetes de resistência nos isolados mostra que estes circulam livremente pelo ambiente e são incorporados ao DNA cromossômico e plasmidial através dos integrons.